Para a Scot Consultoria, margens dos frigotíficos devem ficar mais apertadas com menor demanda por carne e retorno da pressão sobre o mercado de boi gordo.
O aumento da taxa básica de juros, anunciada nesta semana pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom/BC), deve ter um impacto negativo nas atividades da indústria de carne bovina. A avaliação foi divulgada nesta sexta-feira (31/7) pela Scot Consultoria.
A taxa Selic passou para 14,25% ao ano. Alterar os chamados juros básicos da economia brasileira é o principal mecanismo de controle da inflação, projetada para 9,23% neste ano, de acordo com o Boletim Focus, do Banco Central.
– A Selic nesse patamar deve dificultar ainda mais a recuperação da atividade industrial do país, refletindo nageração de empregos e, consequentemente, no poder de compra da população – diz a nota assinada por Alex Lopes da Silva.
Além do poder de compra mais limitado do consumidor, o analista vê possíveis dificuldades operacionais para os frigoríficos. Como as operações, de um modo geral, são alavancadas, devem ficar mais caras.
Pelo menos por enquanto, as empresas têm conseguido manter a margem de comercialização, mesmo com o cenário desfavorável. De acordo com o Alex Lopes, em 12 meses, a receita com a venda de carne cresceu 22%, bem acima da inflação medida pelo IPCA, o índice oficial do governo.
Mas a expectativa é de que essas margens encurtem, já que ademanda pela carne bovina está menor e os preços da arroba do boi gordo pararam de cair. De acordo com dados da Scot Consultoria, com escalas de abate de quatro dias, em média, as ofertas aumentaram em R$ 0,50 no mercado de São Paulo. A referência está em R$ 141,50 por arroba.
A empresa pesquisa cotações em 31 praças de comercialização. Em seis, foi registrada alta.
- Em algumas regiões do país, notou-se uma maior dificuldade na compra de boiadas, o que fez com que as plantas frigoríficas ofertassem valores acima da referência – informa a Scot, em nota.
Fonte: Globo Rural