Para combater o bicudo, o maior tormento dos plantadores de algodão no Brasil, a Embrapa de Brasília anunciou nesta quarta-feira (02/9), no 10º Congresso do Algodão, que está desenvolvendo em seus laboratórios um tipo desemente de algodão transgênica com foco na resistência à praga.
A informação foi transmitida pelo diretor-executivo da Embrapa, Ladislau Martin Neto.
- O que eu posso adiantar é que as experiências estão sendo bem sucedidas nos laboratórios. Daí a ir para o campo leva tempo, mas estamos esperançosos – afirma.
Ladislau observa que o trabalho é feito em parceria com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e com o Instituto Brasileiro do Algodão.
- É um programa essencialmente brasileiro – afirma Ladislau.
Segundo ele, recentemente a Embrapa lançou no mercado a soja transgênica, em parceria com a multinacional Basf. Ladislau informa ainda que as experiências são conduzidas pela pesquisadora Fátima Grossi.
- O bicudo é o maior entrave à cotonicultura atualmente – afirma João Carlos Jacobsen, presidente da Abrapa.Dá um prejuízo anual de R$ 1,7 bilhão. Por essa razão reputo muita à nossa parceria com a Embrapa. Jacobsen explica que o bicudo é terrível mas de fácil controle. – A falta de atenção nas propriedades é que tem facilitado os ataques – completa ele.
O dirigente explica que um dos motivos para o avanço da praga é quando ocorre diminuição da área plantada com algodão.
- Há falta de proteção nas áreas que não são plantadas novamente – diz.
A área plantada de algodão da próxima safra deverá ser de 950 mil hectares, um pouco abaixo da de 2014/2015, que foi de 959 mil hectares, informa Jacobsen. O 10º Congresso Brasileiro do Algodão está sendo realizado em Foz do Iguaçu, no Paraná. Termina na próxima sexta-feira, dia 4.
Fonte: Revista Globo Rural