rotulo

ALÉRGICOS INFORMADOS

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou ontem norma determinando que indústrias de alimentos e bebidas coloquem um aviso no rótulo sobre a presença de ingredientes que podem causar alergias. A nova regra prevê que as empresas informem na embalagem a presença de substâncias como trigo, crustáceos, ovos, peixe, amendoim, soja, leite, amêndoas, aveia, nozes, noz pecã, pistache, castanhas, macadâmia e látex natural.

O alerta ocorrerá por meio da mensagem “Alérgicos: contém…”, que deve estar em negrito logo após a lista de ingredientes. A medida ocorre após pressão de movimentos como o Põe no Rótulo, que reúne mães de crianças alérgicas.

Até então, uma lei determinava que as empresas informassem apenas a lista de ingredientes e a presença de glúten. Mas, não havia um alerta específico para quem sofre com alergias. Outra reclamação é que os ingredientes são constantemente informados com letras miúdas e nomes técnicos – caso de derivados do leite, como “caseína”, por exemplo.

Além do aviso específico para alérgicos, a nova regra prevê que as empresas informem a possibilidade de contaminação do produto por ingredientes não previstos durante a produção. A situação ocorre quando um biscoito sem amendoim, por exemplo, é processado na mesma máquina que fabrica outro produto com determinada substância. Hoje, a presença não informada de “traços” de um ingrediente é um dos principais vilões para quem sofre alergia, segundo famílias que integram o Põe no Rótulo.

Agora, caso não haja garantia de que um alimento não possui determinado ingrediente, a indústria também deverá usar o aviso “Alérgicos: pode conter….”. O alerta, porém, deve ser acompanhado de um comunicado à Anvisa sobre a realização de um programa de controle de alergênicos pela empresa.

Indústria diz que prazo é insuficiente 

Segundo o diretor do órgão Renato Porto, relator da proposta, a medida visa a evitar o uso indiscriminado do termo, o que pode causar consequências negativas ao consumidor, como a redução na oferta de alimentos para alérgicos. As novas regras devem entrar em vigor dentro de um ano. Representantes das indústrias, no entanto, dizem que o prazo é insuficiente – o ideal, afirmam, seria de três anos.

Ana Maria Giandon, da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), também critica a possibilidade de ter de alterar os rótulos por duas vezes – além do Brasil, o Mercosul estuda uma mudança conjunta em relação ao tema.

– Se tivermos que nos adequar à norma no Brasil e depois no Mercosul o custo será muito alto – disse Ana Maria. 

Cecília Cury, do Põe no Rótulo, contesta a avaliação:

– Entendo que tem um custo. Mas, o custo das pessoas que estão sendo internadas por reações alérgicas também precisa ser colocado no papel – afirma ela.

Fonte: Zero Hora



avatar

Envie suas sugestões de reportagens, fotos e vídeos de sua região. Aqui o produtor faz parte da notícia e sua experiência prática é compartilhada.


Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.