Conduzir a agenda da sustentabilidade ou ser engolido por ela? O agronegócio encontra-se hoje neste dilema. Precisa liderar o debate sobre o meio ambiente para promover as mudanças necessárias nesta nova fase do desenvolvimento, acabando com a ideia de que produzir e preservar são ações inconciliáveis. Essa foi a ideia central defendida pelo engenheiro agrônomo Xico Graziano, ex-secretário do Estado de São Paulo (nas pastas de Agricultura e Meio Ambiente), que percorreu oito cidades do Paraná com um ciclo de palestras promovido pela CBN Londrina, com apoio do Sistema FAEP/SENAR-PR, com o tema “Sustentabilidade no Agronegócio”. No dia 7 de agosto ele esteve em Curitiba, onde falou a uma plateia que lotou o auditório do Sebrae.
Segundo Graziano, que se autodefine como um “agroambientalista”, o agronegócio é o setor com a maior vocação e com as melhores possibilidades práticas de encampar a agenda da sustentabilidade. Para ele, essa agenda nada tem da visão obscurantista e retrógrada que proíbe transgênicos, hostiliza agroquímicos e torce o nariz para cada novo avanço científico. “A história não anda para trás”, observa. De acordo com Graziano, estamos vivendo hoje um período semelhante ao do início da globalização. Aqueles que resistirem às mudanças e não promoverem as adequações necessárias, serão engolidos por ela.
A boa notícia é que o setor agropecuário está preparado para liderar essa mudança e já possui várias ferramentas necessárias para fazê-lo, basta assumir esse papel. Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), plantio direto, logística reversa de embalagens de agrotóxicos, programas de proteção de solos e água são alguns bons exemplos destas ferramentas. Segundo Graziano, o Brasil é referência em diversas avanços ambientais e deve continuar servindo de exemplo. “O Brasil será o país mais agroambiental do mundo”, disse.
A chave para esse processo, para ele, é o cooperativismo, o associativismo e o companheirismo. “O agro não vai avançar se cada um remar para um lado”, avalia. E para que essa transformação seja permanente é preciso empoderar as novas gerações do campo. “Nossa grande tarefa é abrir a porta para os jovens”, avaliou, citando como um exemplo deste trabalho o programa Agrinho, do SENAR-PR. “Sou um apaixonado pelo Agrinho”, declarou.
A conclusão que Graziano deixou aos presentes foi a que é preciso mudar a equação, deixando de opor a sustentabilidade à produção agropecuária para somar essas duas atividades em um novo paradigma de desenvolvimento. O ciclo de palestras da CBN Londrina teve início no dia 31 de julho, em Foz do Iguaçu, depois passou por Cascavel, Maringá e Campo Mourão até desembarcar em Curitiba, onde o secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, se encarregou de apresentar o palestrante. Também o presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR, Ágide Meneguette, prestigiou o evento. Nos dias 8, 9 e 10 de agosto, Graziano apresentou sua palestra em Ponta Grossa, Guarapuava e Londrina, respectivamente.
A notícia Agronegócio e a agenda da sustentabilidade apareceu pela primeira vez em Sistema FAEP.
Fonte: Sistema FAEP