O frio intenso dos últimos dias deixou produtores rurais de algumas partes do Brasil com prejuízos por causa das geadas, deixando um estrago enorme para o setor.
No Paraná, as temperaturas chegaram a -7,1° no último fim de semana. O gelo se acumulou nas lavouras e as plantações de trigo foram as mais atingidas. O produtor rural José Nazzari afirmou que não se lembrava há quantos anos a geada não era tão forte.
A expectativa no estado era de uma colheita de mais de 3 milhões de toneladas do cereal, gerando uma receita de R$ 2,4 bilhões com essa produção, mas o frio deverá frustrar a expectativa do maior produtor de trigo do país.
“Infelizmente não só comprometeu o trigo em fase de floração e frutificação, como aquele trigo em fase de desenvolvimento, que não é comum comprometer”, explica o técnico agrícola Jovelino José Pertile.
É comum que depois de uma geada forte os produtores esperem 10 dias para saber o real tamanho do prejuízo, mas existem propriedades em Cascavel, no oeste paranaense, que o estrago já é irreversível, segundo Pertile.
Hortaliças
Em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, houve formação da geada negra, quando o frio queima a planta por dentro.
Hortas com verduras e legumes foram praticamente destruídas. Nem os tomates, que estavam protegidos pela estufa, sobreviveram às baixas temperaturas.
“Dá dó. Você fica dois, três meses plantando, preparando tudo… e em um dia vai tudo que você tinha plantado” lamenta o produtor Dirceu Kehrwald.
Café de Minas também é prejudicado
Em Indianópolis, no triângulo mineiro, técnicos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estão fazendo um levantamento dos prejuízos, mas só fim do inverno é que os agricultores vão saber se os pés de café vão reagir aos estragos provocados pela geada.
Na propriedade do cafeicultor Antônio Mantovanelli, o frio queimou a lavoura, um estrago que surpreendeu, mesmo para ele, que trabalha a vida inteira com a cultura.
Fonte: G1