Não é de hoje que seu Antônio Chiquito tem apostado nas novas tecnologias para produzir e lucrar mais. Na propriedade de dois hectares, em Campo Grande, ele produz pepino japonês, tomate greap, pimentão e miniabóboras.
“A gente optou por estufas e o sistema de irrigação por conta do espaço, além do adubo orgânico, para evitar agrotóxico”, explicou.
Neste ano, a aposta do produtor rural, foi as novas embalagens com QrCode, uma espécie de código de barras com todas as informações nutricionais e de manejo, inclusive se foi utilizado algum tipo de agrotóxico na produção.
“A gente precisa se adequar aos novos padrões para chegar em outros mercados”, afirmou.
Nos supermercados, já é possível encontrar produtos com o QrCode nas embalagens. Para consultar, basta o consumidor colocar o celular sobre código. A leitura, direcionado para uma página com todas as informações daquilo que se pretende levar pra casa, da até pra ligar e conversar com o produtor.
Nossa equipe de reportagem fez um teste com um produto de um hipermercado de Campo Grande. Por telefone, conversamos com seu Daniel Fugira, que administra a propriedade rural da família, na cidade de Monte Alto, no interior do estado de São Paulo.
Por telefone, a partir de dados do QrCode, equipe de reportagem conversou com seu Daniel Fugira, que administra a propriedade rural da família, na cidade de Monte Alto, no interior do estado de São Paulo.
Ele contou que tem recebido um feedback positivo dos clientes, desde que começou utilizar o QrCode nas embalagens.
“Nosso objetivo foi mostrar que existem diferentes tipos, cores e sabores de cebolas, e o pessoal tem gostado, a gente tá vendendo mais”, contou Fugita.
O novo padrão de embalagens, faz parte de uma determinação do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), para reduzir o nível de agrotóxico utilizado nos alimentos.
“Com o QrCode, a gente consegue rastrear o produtor e saber exatamente o que foi usado na produção, isso ajuda na fiscalização”, explicou Hugo Caruso, coordenador Geral de Qualidade Vegetal do MAPA.
Padronização nos CEASAs
No Brasil, a determinação está valendo desde agosto, quando o MAPA intensificou a fiscalização de controle aos resíduos de agrotóxicos nos alimentos. O Governo informou que ninguém foi multado ainda, optou por um trabalho de orientação nas Centrais de Abastecimento (CEASA).
Em Mato Grosso do Sul, auditores fiscais tem orientado produtores do grupo de citros, alface, repolho, tomate, maçã, uva, batata e pepino, produtos da primeira fase de implementação de vegetais rastreados (para saber mais sobre a legislação clique aqui “link”) .
“Quem não se adequar até dezembro pode ser multado e vai encontrar dificuldades para vender o que produz”, alertou Oshio Fujita, auditor fiscal agropecuário.
Outros setores
A rastreabilidade começou na pecuária, onde se tornou indispensável o uso de sistemas eletrônicos de identificação animal e programas computacionais que registram o desempenho zootécnico e as ocorrências sanitárias ao longo da vida do animal.
Nos frigoríficos do estado, os sistemas de leitura para identificação das carcaças e cortes conta com informações da vida do animal.
Nos últimos anos, essa tecnologia ganhou força na agricultura. Grandes multinacionais de grãos são as que mais utilizam o sistema atualmente.
Neste ano, o mercado Chinês passou a importar soja sul-mato-grossense.
Para o MAPA, a conquista do novo mercado, esta diretamente ligada ao uso da rastreabilidade “Em nenhum país do mundo se comercializa produtos não rastreados”, enfatizou Caruso.
Fonte: G1