A multa sobre estadia para os importadores pelo descumprimento dos prazos de contrato – o demurrage – caiu 50% nos portos do Paraná nos últimos cinco anos. Os dados são de um estudo feito pelo Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas no Estado do Paraná (Sindiadubos).
Em 2011, o valor do demurrage por tonelada de fertilizante era de U$ 16,88. Em 2015, o valor da multa sobre estadia caiu para U$ 8,79 por tonelada, representando uma redução de 48% na comparação com 2011. Já nos primeiros quatro meses de 2016, o demurrage reduziu ainda mais e atingiu U$ 8,40 a tonelada, ou seja, valor 50% menor do que há cinco anos atrás.
“A Appa trabalhou para melhorar a logística e os resultando estão acontecendo na prática. Desde que assumimos, a nossa meta sempre foi atender a indústria e o produtor agrícola e é isso que estamos fazendo”, afirma o secretário de infraestrutura e logística, José Richa Filho.
CUSTO MENOR – O setor pagou em 2011 cerca de US$ 100,5 milhões em multas sobre estadia. Já em 2015, os valores gastos com a demurrage foram de U$ 42,2 milhões.
“Isso representa uma queda de 58% no valor pago”, explica o gerente executivo do Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas no Estado do Paraná (Sindiadubos), Décio Luiz Gomes, e que também representa as indústrias de adubos e corretivos agrícolas do Paraná.
Para ele, a redução nos custos sobre estadias referentes à importação de fertilizantes pelo Porto de Paranaguá se deve a melhoria da performance obtida pela Appa para descarga do produto.
“A Appa obteve uma melhoria no processo logístico, devido a um conjunto de medidas implementadas”, ressaltou Décio. “Entre elas, estão a reforma do cais comercial, o aumento no número de berços destinados à descarga de fertilizantes – que inclui opções de berços alternativos – e a informatização do sistema para emissão de notas fiscais”, enumerou Décio Luiz Gomes.
O QUE É – Demurrage é a multa determinada em contrato, a ser paga pelo contratante de um navio, quando este demora mais do que o acordado nos portos de embarque ou de descarga.
O diretor-presidente da Appa, Luiz Henrique Dividino, explica que uma das maiores causas de demurrage é a chuva e a mudança de clima.
“O fertilizante é um produto altamente sensível à umidade. Com isso, a mudança de temperatura influencia diretamente no tempo de descarga”, explica Dividino.
No entanto, de acordo com ele, nos últimos anos a Appa fez um diagnóstico de todo o sistema de descarga de fertilizantes para descobrir onde estavam os principais gargalos, que consumiam tempo e tornavam as operações menos ágeis. Uma das mudanças adotadas pela Appa foi a modernização do processo de conferência das cargas de fertilizantes e a informatização do sistema.
Avanços – O diretor da Rocha Top, Rivadavia Simão, destacou os avanços obtidos pela Administração dos Portos e a iniciativa de buscar soluções para os gargalos existentes.
“O Porto possibilitou uma melhoria de 90% na infraestrutura e na logística de importação. Isso inclui a informatização, a aquisição de novas balanças e as ações conjuntas com a Associação dos Operadores Portuários de Granéis Sólidos de Importação do Porto de Paranaguá (Agrasip) para solucionar os gargalos existentes”, disse Rivadavia.
A instalação das balanças de pré-pesagem e a informatização do sistema com a instalação do Appa Web foram apontadas como medidas que trouxeram maior agilidade à operação. “Além disso, assim que forem concluídas as obras de reforma do cais e o aprofundamento dos berços, os resultados de importação de fertilizantes serão ainda melhores em Paranaguá”, afirma o diretor da Harbor Operadora Portuária, Valmor Felipetto.
Fonte: AE Notícias
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