Negociações para um acordo de livre comércio entre a Europa e o Mercosul podem dar frutos num horizonte de dois anos, conforme Miguel Braun, secretário de Comércio da Argentina, que está em Bruxelas. A União Europeia e o Mercosul abriram negociações em 1999, mas vêm enfrentando inúmeros reveses, em parte por conta de resistências da Argentina, que passou mais de uma década sob o modelo de esquerdismo dos Kirchner.
Com a saída de Cristina Kirshner e o início de uma gestão mais amigável ao mercado, isso pode mudar.
- Existe uma convicção entre os líderes políticos do Mercosul e entre os empresários… de que precisamos de mais integração na economia global e de avanços na nossa tecnologia – disse Braun a repórteres em Bruxelas.
Indagado se um entendimento até o fim de 2017 seria possível, como a Espanha sugeriu, ele disse que isso seria factível, mas não garantido.
- Em termos de negociações, estou otimista sobre avançarmos em bom ritmo, talvez um dois anos – ele afirmou, numa semana em que os membros do Mercosul — Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai — negociam com a Comissão Europeia.
Braun reconheceu que há resistência a acordos comerciais na Europa, com grandes protestos contra os tratados planejados com os EUA e o Canadá. Também concordou que o Brexit (saída do Reino Unido da UE) impõe mais um desafio, já que torna a UE menor e menos atraente.
Os especialistas em comércio, explicou, precisamo fazer um bom trabalho mostrando que os acordos comerciais são bons para a maioria das pessoas e a criação de empregos. Com relação a setores para os quais os entendimentos se configuram um risco, os governos devem oferecer políticas complementares para redução dos possíveis problemas.
Fonte: O Globo