Os EUA definiram como prazo o ano de 2025 para que a China cumpra todas as suas ‘promessas comerciais’, segundo informou a agência de notícias Bloomberg nesta quinta-feira (4). Ou seja, o acordo que está sendo costurado dá a Pequim até 2025 para que sejam efetivados os compromissos e compras de commodities, além de permitir que as empresas americanas estabeleçam suas unidades na nação asiática, segundo fontes familiarizadas com as negociações.
No documento que está sendo alinhado por equipe das duas nações, o país asiático teria, portanto, os próximos seis anos para se organizar para comprar mais commodities americanas – incluindo soja e produtos energéticos – além de permitir que 100% de participação estrangeira de empresas americanas em território chinês.
As fontes disseram à Bloomberg ainda que outras promessas não vinculadas foram oferecidas pela China para serem implementadas até 2029 e não dariam margem para uma possível retaliação dos EUA. Mais detalhes não foram informados.
O que mais se comenta na novela China x EUA e a nova rodada de negociações que acontece desde esta quarta-feira (4) em Washigton é o possível encontro de Donald Trump com o vice premier chinês, Liu He, ainda nesta quinta-feira (4), às 17h30 (Brasília), 15h30 nos EUA.
Aparentemente, as conversas estariam em sua fase final, no entanto, a confirmação de um acordo divide opiniões. Há rumores ainda dando conta de que Trump poderia voltar a se encontrar em breve com o presidente chinês Xi Jinping.
De confirmado? Ainda não há nada. Como há meses pode ser observado em dias como estes. Ainda assim, mais uma vez o presidente americano se pronunciou, dizendo que “a China irá comprar muitos produtos dos EUA”, ao passo em que as duas maiores economias do mundo buscam alcançar um denominador comum. Mais detalhes não foram divulgados.
Trump irá concorrer á reeleição em 2020 e especialistas agora se questionam o quanto esse acordo poderia, realmente, alterar as relações comerciais entre os dois países no longo prazo ou se tem servido somente como uma ferramenta de campanha para o presidente americano. Um dos setores mais afetados pela disputa foi o agrícola nos EUA e este é, ao mesmo tempo, talvez a maior parcela eleitora do atual presidente.
Com um déficit comercial recorde alcançado em 2018 com os EUA, a China é pressionada para, no acordo, se comprometer a fazer uma grande parte dessas compras de commodities nos dois primeiros anos depois de firmado o acordo.
Tarifas
O futuro das tarifas impostas pelos dois países a centenas de produtos um do outro também é ponto de discordância e muita discussão. O volume financeiro dessa disputa específica é de cerca de US$ 360 bilhões depois de nove meses. E para Trump, ao menos parte delas deve permanecer sobre os produtos chineses para que a China cumpra sua parte no combinado.
Mídia
A especialista em agricultura mundial Karen Braun, da Reuters Internacional, em sua conta no Twitter fez um balanço de situações semelhantes a dias como este e pôde observar que há meses as manchetes têm sido as mesmas, inclusive desde a última vez em que Liu He esteve nos Estados Unidos.
Em 22 de fevereiro, data de uma de suas visitas, o Secretário da Agricultura dos Estados Unidos, Sonny Perdue, afirmou que a China compraria 10 milhões de toneladas de soja americana. O país asiático não confirmou a notícia e, de desta data ao presente momento, a China comprou somente 3,7 milhões de toneladas da oleaginosa dos EUA.
No quadro abaixo, uma pesquisa de Karen mostra quantas vezes Trump disse “as conversas com a China estão indo bem” e as manchetes são frequentes. Em 14 de março, o presidente americano disse que “poderia saber sobre um possível acordo em três ou quatro semanas”, três semanas chega a este 4 de abril, quatro semanas, no próximo dia 11.
Trump diz que acordo comercial com a China pode ser alcançado em cerca de 4 semanas
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na quinta-feira que um acordo comercial com a China está bem perto e pode ser alcançado em cerca de quatro semanas.
Trump falou em uma reunião com o vice-premiê chinês, Liu He, que está em Washington para negociações comerciais. Liu disse que houve um grande progresso nas negociações.
Já o representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, disse que ainda há algumas questões importantes a serem resolvidas.
Trump disse que os pontos pendentes incluem tarifas e roubo de propriedade intelectual. O presidente disse que discutiria tarifas com Liu.
A China e os Estados Unidos estão em meio a intensas negociações para encerrar uma guerra comercial que já dura meses e que tem abalado os mercados globais. Washington quer mudanças radicais nas políticas econômica e comercial da China, enquanto Pequim quer que Trump elimine sanções sobre os produtos chineses.
S&P 500 e Dow Jones fecham em alta com avanço em negociações comerciais
O índice S&P 500 fechou em alta nesta quinta-feira, aproximando-se de máximas em seis meses, com a queda nas ações de tecnologia ofuscadas por ganhos nos papéis da Boeing e do Facebook, enquanto investidores esperavam por mais clareza nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China.
O S&P 500 ganhou 0,21 por cento, para 2.879,39 pontos. O Dow Jones subiu 0,64 por cento, para 26.384,63 pontos. O Nasdaq teve variação negativa de 0,05 por cento, para 7.891,78 pontos.
Sete dos 11 principais setores de S&P subiram, mas o de tecnologia caiu 0,4 por cento.
As ações do Facebook tiveram alta de 1,4 por cento, contribuindo com a alta de 0,7 por cento no índice S&P para o setor de serviços de comunicação, depois de a corretora Guggenheim melhorar a recomendação das ações da companhia de “neutra” para “compra”.
Os papéis da Boeing se valorizaram 2,9 por cento, maior influência positiva no Dow Jones e no índice industrial do S&P, que avançou 0,6 por cento.
O mercado como um todo seguiu atento ao noticiário sobre as negociações comerciais entre EUA e China. No fim da tarde, o presidente norte-americano, Donald Trump, disse que um acerto com os chineses está muito próximo e pode ocorrer em quatro semanas.
As conversas continuaram em Washington depois de reuniões na semana passada em Pequim, enquanto os dois países trabalham para resolver sua disputa comercial de longa data, que lançou uma sombra sobre o crescimento econômico global.
As esperanças de um acordo tarifário ajudaram a ditar o forte começo de segundo trimestre para o S&P 500, que opera em seu patamar mais alto desde 9 de outubro e está a apenas 1,75 por cento de sua máxima histórica.
Também ajudando o sentimento dos investidores, dados do Departamento de Trabalho mostraram que os pedidos de auxílio-desemprego caíram na semana passada para uma mínima em 49 anos.
Fonte: Notícias Agrícolas