A situação da JBS depois das delações à Justiça pode levar a um aumento da participação de outros agentes no mercado de carne bovina. A avaliação foi feita pelo secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim.
- A primeira consequência deve ser a emergência de frigoríficos de abrangência regional. Tínhamos visto uma grande concentração, e acho que a situação da JBS abre espaço para outras forças – disse Jardim, em entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira (1/6) durante o Seminário Perspectivas para o Agribusiness 2017 e 2018, promovido pela B3, na capital paulista.
Com a maior das processadoras de carne do país enfrentando pendências judiciais, o mercado vive uma incerteza. Em Mato Grosso, onde está o maior rebanho do Brasil e a JBS responde por praticamente metade dos abates, pecuaristas querem incentivo tributário para abate de bovinos fora do Estado. E o governo estadual estuda formas de aumentar a concorrência na indústria.
São Paulo detém em torno de 5% do rebanho comercial no Brasil, lembrou o secretário de Agricultura. No entanto, o Estado é um importante “abatedouro”, responsável por 24% do processamento no Brasil, principalmente de carne bovina destinada à exportação.
Questionado sobre eventual apoio ao setor pelo governo paulista, Arnaldo Jardim disse que, pelo menos até o momento, não vê necessidade de mudanças tributárias. Segundo ele, as medidas passam por fortalecimento do sistema de inspeção sanitária do Estado, além de iniciativas de exposição e promoção de produtos.
- Todas as linhas de crédito do governo do Estado são mantidas para permitir um apoio ao capital de giro das empresas. Isso tem tido uma repercussão positiva na avicultura e deve se desdobrar na bovinocultura – acrescentou Jardim, referindo-se ao Desenvolve SP, a agência paulista de fomento.
Fonte: Revista Globo Rural