O plantio da soja avançou em 15 pontos percentuais nesta semana no Rio Grande do Sul e alcançou 20% da área prevista de 5,429 milhões de hectares previsto. Mesmo com a intensificação do ritmo, os trabalhos estão atrasados em relação aos 30% plantados na mesma época do ano passado e os 37% da média histórica para o período, segundo levantamento do serviço de assistência técnica e extensão rural do governo estadual gaúcho (Emater/RS).
Em relação às lavouras de milho, os técnicos da Emater/RS comentam que a cultura segue sendo beneficiada pelo clima, – apesar da ocorrência de chuvas excessivas em alguns momentos. O plantio atingiu 80% dos 779,6 mil hectares previstos para esta safra, com avanço de 5 pontos percentuais, e está adiantado em relação aos 77% da mesma época do ano passado e os 70% da média histórica para este período.
Segundo os técnicos, os 20% da área em que restam concluir a semeadura referem-se àquelas localizadas em pequenas propriedades, que destinam o grão para consumo próprio. As lavouras plantadas mais cedo, em especial as localizadas nas Missões e Fronteira Noroeste (Regional de Santa Rosa), começam a entrar com mais intensidade na fase de floração, fase essa crítica quanto à necessidade de água.
Os técnicos comentam que até agora as chuvas têm sido benéficas das lavouras que estão em fase de floração, que apresentam bom padrão.
- Pelo mesmo motivo, as que se encontram em desenvolvimento vegetativo também evoluem de forma satisfatória, e os produtores aproveitam a boa umidade no solo para intensificar a aplicação de adubos nitrogenados em cobertura – dizem eles.
Excesso de umidade
No caso do arroz os produtores gaúchos seguem enfrentando dificuldades para implantação da safra.
- Apesar de alguns períodos sem chuvas, muitas áreas ainda permanecem com umidade acima do recomendado para a semeadura. Há relatos que, em mais de uma oportunidade, lavouras foram replantadas, repercutindo em aumento de custos para o produtor – diz o informe da Emater/RS.
O levantamento oficial mostra que 51% da área foi semeada e na comparação com a safra passada, que também enfrentou problemas na implantação, a diferença é de 11 pontos percentuais para menos. Levada em conta a média dos últimos anos, o atraso chega a 29 pontos percentuais. Os relatos de técnicos e produtores indicam a área efetivamente plantada deve ser inferior a inicialmente projetada em 1,1 milhão de hectares.
Os técnicos da Emater/RS alerta que devido ao atraso na implantação das lavouras de arroz, a fase reprodutiva deve coincidir com o período em que normalmente ocorre grande oscilação térmica (fevereiro/março), interferindo diretamente na produtividade. Eles observam que a pouca luminosidade e temperatura abaixo do ideal, registradas em determinados momentos, têm interferido negativamente na germinação e no desenvolvimento das lavouras implantadas recentemente. A confirmação do fenômeno El Niño tende a prolongar essas dificuldades.
Fonte: Globo Rural