Em agosto, o Programa Aprendizagem de Adolescentes e Jovens (AAJ),
realizado pelo Sistema FAEP/SENAR-PR, encerrou mais 14 turmas. As atividades
tiveram início em março de 2020 nas usinas do Grupo Santa Terezinha,
localizadas nos municípios de Ivaté, Tapejara, Cidade Gaúcha, Rondon, Iguatemi,
Paranacity e Terra Rica. Agora, esses 143 jovens estão capacitados para
ingressar no mercado de trabalho. Em média, 70% dos aprendizes acabam
contratados ao final do programa. Criado em 2010, o programa é balizado pela Lei
10.097/2000, também conhecida como Lei do Menor Aprendiz, que, desde 2000,
promove a inclusão social com o primeiro emprego e a capacitação de jovens de
14 a 24 anos, combinando formações teórica e prática. Durante o AAJ, os jovens
aprendizes têm a oportunidade de adquirir competências e habilidades que
contribuem para o desenvolvimento e crescimento profissional. Além do
aprendizado, o programa também proporciona a inclusão do jovem no mercado de
trabalho.
De 2010 a 2020, o AAJ já capacitou mais de 1,4 mil jovens, contabilizando
quase 150 turmas nas diversas empresas com as quais o SENAR-PR tem parceria.
“Desde o início, o AAJ está fazendo história, fornecendo conhecimento técnico e
preparação profissional a esses jovens. Este trabalho que fazemos em parceria
com o grupo Santa Terezinha e outras empresas do setor é um investimento no
potencial desses aprendizes, porque acreditamos no futuro da juventude”, afirma
Ágide Meneguette, presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR. “O AAJ tem dois
diferenciais importantes: a metodologia e as parcerias que são desenvolvidas
com as empresas. Ao combinar essas duas características, o jovem passa por uma
verdadeira transformação, adquirindo competências, habilidades e atitudes
essenciais para o mercado de trabalho”, avalia Regiane Hornung, técnica do
Sistema FAEP/SENAR-PR e responsável pelo AAJ.
Amadurecimento
Apesar dos desafios impostos pela Covid-19 para as turmas de 2020/21, a
avaliação dos instrutores e monitores é positiva. A monitoria também é uma das
características do AAJ, que define “padrinhos” para acompanhar e instruir os
jovens durante a passagem pelos departamentos da empresa.
“O processo de monitoria é fundamental, porque é nesse momento que eles
têm o primeiro contato com a realidade do trabalho, os aspectos da rotina e as
normas da empresa, tornando-se parte do quadro de colaboradores. É a formação
de um profissional”, afirma Camila Marafão, colaboradora da unidade de Terra
Rica e monitora dos aprendizes desde 2012.
Segundo Elizangela Cristina Caparroz Limper, uma das instrutoras do AAJ
na unidade de Iguatemi, com a pandemia, foi necessário aprender novas formas de
trabalho e de execução das atividades no meio virtual, mas a experiência trouxe
bastante crescimento e amadurecimento.
“Para nós, enquanto instrutores, também é uma oportunidade, pois
aprendemos a conviver com diferentes gerações. Eles são muito inteligentes,
criativos e arrojados, o que nos força a caminhar junto nessa evolução”, afirma
Elizangela. “O AAJ é um divisor de águas. O curso traz os jovens para um
momento onde eles vão se desenvolver profissionalmente, e, assim, eles saem da
posição de apenas estudantes para construir sua carreira e seus objetivos”,
acrescenta.
É o caso de Murilo Bataier Guerra, 19 anos, que se formou na turma da unidade
de Terra Rica. O jovem, que já se interessava pela área de mecânica, encontrou
no AAJ uma oportunidade para desenvolver suas habilidades e planejar sua
carreira profissional. “Foi uma experiência única, desde a parte prática até a
vivência na empresa, onde a gente aprende a ter responsabilidades e
compromisso. Agora pretendo cursar faculdade na área de tecnologia e levar o
que aprendi no AAJ”, revela.
Para a jovem Danielli Vitoria Bergo da Silva, 18 anos, que completou o
programa na unidade de Tapejara, o AAJ também trouxe uma experiência inédita.
“Eu quero fazer faculdade de Psicologia, mas também quero me especializar
em máquinas, algo que aprendi com o curso e gostei muito. O núcleo básico para
mim foi fundamental pelo desenvolvimento pessoal que conquistei. Vou levar o
conhecimento para meu futuro, independentemente da área que escolher
trabalhar”, relata.
Além do amadurecimento adquirido pelos jovens, segundo Laercio de
Oliveira Silva, monitor do AAJ na unidade de Tapejara desde 2011, o AAJ também
contribui positivamente para a empresa, que tem a oportunidade de preparar os
jovens colaboradores de acordo com as suas estratégias e sua cultura. “Eu
costumo dizer que a gente começa construindo o alicerce. Quando o aprendiz é
efetivado, ele já tem esse alicerce construído, assim fica mais fácil inseri-lo
na empresa e na rotina, é um ganho muito grande”, conclui.
“O Grupo Santa Teresinha tem exercido um papel fundamental para o alcance
dos resultados positivos. Nessa parceria, a empresa fornece a estrutura para as
aulas teóricas, disponibilizando uma sala para os aprendizes e equipamento para
a simulação do conteúdo técnico específico. A empresa também viabiliza os
monitores, que são funcionários da empresa, para o acompanhamento dos
aprendizes no desenvolvimento da prática profissional que acontece na
dependência dos setores ao fim do curso”, destaca Marcia Aparecida Bresciani
Pereira, instrutora do programa na unidade de Ivaté.
Curso
A carga-horária do AAJ é de 800 a 1,2 mil horas, dependendo da área de
atuação escolhida, sendo metade destinada à prática profissional. No caso das
usinas, o curso específico é a mecânica e a manutenção de tratores e máquinas.
O programa é dividido em três fases: Núcleo Básico, no qual os jovens desenvolvem competências comportamentais (gestão de pessoas, comunicação, liderança, cidadania, entre outros); Núcleo Específico, em que são abordados os conteúdos voltados à atividade profissional que irão desenvolver; e Prática Profissional, que ocorre nas oficinas das usinas, no caso das empresas do grupo Santa Terezinha.
A notícia AAJ forma mais um grupo de jovens para o futuro profissional apareceu pela primeira vez em Sistema FAEP.
Fonte: Sistema FAEP