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A SOJA QUE CERCA A CAPITAL

A poucos quilômetros do modernismo do Plano Piloto, a soja, símbolo do Brasil agrícola, impera. Os campos plantados com o grão multiplicam-se e demonstram o fôlego da cultura no Distrito Federal – são 70 mil hectares plantados, área quase 10 vezes maior do que o registrado na década de 1980. Nos últimos 35 anos, a produção triplicou e o grão passou a ser o mais importante produto agrícola local, com bônus e controvérsias, dos privilégios econômicos aos prejuízos ambientais. Embora a área para cultivo seja uma das menores do país, a produção brasiliense se impôs no cenário nacional pela produtividade. Ao lado de grandes estados produtores, como Mato Grosso e Goiás, o DF faz parte do corredor da soja brasileiro – menos pelaprodução e mais pela capacidade de gerar tecnologia e de irradiá-la para todo o Brasil.Para a safra 2015/2016, o Distrito Federal é a unidade da Federação que mais espera aumento de produtividade – 15,5% a mais do que a passada, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A previsão é que serão produzidos 3,03 toneladas por hectare – índice similar ao nacional e o oitavo no ranking nacional entre os estados. Entre os produtores, a expectativa é um pouco maior – 3,3 toneladas, conforme mostrou a Expedição Safra Brasília, realizada pela Secretaria de Agricultura.
O destaque da produção se dá por causa da agricultura de precisão – com uso intenso de tecnologias, como pivô, melhoramento genético e práticas conservacionistas de solo e água. Em campos irrigados, a produtividade sobe de 3,6 toneladas para até 4,8 toneladas por hectare. O aumento de área destinada àprodução de semente também mostra a importância da produção local. "Quando se produz semente, tem mais valor agregado à produção", explica José Guilherme Leal, secretário de Agricultura do DF. De acordo com dados da pasta, a cidade está em quarto lugar na geração de valor por hectare – com R$ 2,6 mil, fica atrás do Paraná, Santa Catarina e São Paulo.
Segundo Rafael Vivian, gerente adjunto de mercado da Embrapa Produtos e Mercado, o avanço da produtividade da soja em Brasília está relacionado ao ambiente e ao acesso à tecnologia. "O diferencial no território é a altitude, que deixa as noites mais frias. A variação de dia quente e noite fresca faz com que as plantas tenham uma taxa de gasto energético noturno menor, o que ajuda no enchimento dos grãos", explica. Graças à tecnologia, Rafael conta que o ciclo do grão está cada vez menor. "Os primeiros materiais tinham 150 dias entre a semeadura e a colheita. Dentro do programa de melhoramento, passou para 90 dias. Essa precocidade permitiu inserir mais culturas no cerrado e fazer rotação."
O desenvolvimento da soja no Distrito Federal coincide com a inserção no mercado brasileiro da soja tropicalizada, elaborada por pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), no fim da década de 1970. Com o tempo, pelo fato de a sede da estatal ser na capital brasileira, a cidade tornou-se pioneira nos testes de melhoria genética. Aqui, são testadas e cultivadas as sementes usadas em outras regiões brasileiras, como sul da Bahia e Maranhão. Além da Embrapa, empresas multinacionais usam o DF para testes e plantios de sementes que serão comercializadas em outros locais do Brasil.
Fonte: Correio Braziliense

Fonte: Canal do Produtor



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