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A GREVE E O PREÇO DOS COMBUSTÍVEIS

Na semana passada, quando a greve dos caminhoneiros bloqueou estradas em catorze estados, o fornecimento dos combustíveis acabou sendo atingido. Faltou combustível em algumas regiões. Além disso, o medo do desabastecimento levou motoristas aos postos para encher os tanques de seus carros. Filas para abastecer foram vistas em várias regiões, e houve relato de falta de combustível em postos de cidades de Minas Gerais, Goiás, Pará, Santa Catarina e Tocantins.

Alguns estabelecimentos ficaram com o estoque vazio e outros aproveitaram a alta demanda para aumentar os preços. A consequência foi um ligeiro aumento no preço da gasolina e do etanol. Segundo um levantamento semanal da Agência Nacional de Petróleo (ANP), a média de preço da gasolina na bomba subiu seis centavos desde a semana passada, e o álcool ficou dez centavos mais caro. Os preços da gasolina aumentaram 1,6% e os do etanol, 3,7%.

Um levantamento da consultoria Datagro mostra que os preços da gasolina e do diesel não subiram nas refinarias desde o início da greve da Petrobras, no dia 29 de outubro. O efeito de alta, portanto, não pode ser diretamente atribuído à paralisação dos funcionários da estatal. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) diz que a produção chegou a ser interrompida em quase 60 unidades, além de reportado paradas na Transpetro, nas termelétricas e nas usinas de biodiesel administradas pela estatal.

Na sexta-feira, a FUP sugeriu que a paralisação fosse suspensa. Petroleiros de Minas Gerais, Ceará e norte fluminense seguem em greve. Trabalhadores de Paraná e Santa Catarina, por sua vez, tinham assembleia agendada para a tarde desta segunda-feira para decidir se mantinham a paralisação. Em São Paulo e na Bahia, a greve foi interrompida.

Na quarta-feira passada, o pior dia da greve, mais de 270.000 barris de petróleo deixaram de ser extraídos – volume equivalente a 13% da produção total. Estima-se que, agora, este número tenha caído para 5%. A Petrobras está adotando uma política de contenção de perdas, dobrando os turnos nos locais que não aderiram à greve e promovendo um rearranjo logístico para compensar a diminuição no refino.

- À medida que uma refinaria não produz, é preciso importar mais combustível ou fazer um remanejamento de outras refinarias para manter a distribuição – diz Plinio Nastari, presidente da Datagro.

O problema é que, com as estradas paradas, parte do combustível remanejado ficou preso e algumas regiões tiveram o abastecimento prejudicado.

Quem recorreu ao álcool para abastecer o carro também sentiu a alta dos preços. Em alguns lugares, como Bahia e Mato Grosso, o litro do etanol ficou mais de 20 centavos mais caro em menos de uma semana. Isso porque, além de também ter sido afetado pela greve dos caminhoneiros e pela alta demanda nos postos de combustíveis, o preço do álcool subiu nas usinas.

Fonte: Veja.com



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