Os campos estão mais belos, não só porque a primavera chegou, mas porque o amarelo vivo das flores de canola reluzem como ouro nas lavouras paranaenses. Não é somente a sua beleza que faz com que a produção tenha uma expectativa de ser 25% maior do que de 2015, apesar da redução de área.
A planta é utilizada na fabricação de óleo para consumo humano, biodiesel e para produção de farelo com alto valor proteico, usado na formulação de ração animal. O óleo de canola é considerado um dos mais saudáveis do mercado, com elevado teor de ômega 3 (que combate a arteriosclerose) e baixo teor de gorduras saturadas. O percentual de óleo que se extrai da oleaginosa é de 38%, muito superior ao da soja, que é, em média, de 18,5%.
O engenheiro-agrônomo Fernando Sozim, de Ponta Grossa, está testando a canola pela primeira vez este ano, numa área de 43 hectares. A escolha se deu por conta de dois fatores: de um lado as decepções com outras culturas de inverno, sobretudo o trigo; de outro, a dor de cabeça que vinha tendo com ladrões ao plantar milho e feijão. “Como a propriedade é praticamente dentro da cidade, tem muito problema com roubo”, explica. Também pesou na decisão o bom resultado que um produtor vizinho obteve com a oleaginosa no ano passado e a liquidez da cultura. “A empresa que me vendeu as sementes garantiu a compra da produção após a colheita”, afirma. Além disso, o produtor espera ter uma boa rentabilidade. Segundo ele, o investimento com insumos e sementes ficou próximo de R$ 2 mil por hectare. Como é a primeira vez que aposta na canola, ele não tem histórico de produção para fazer uma estimativa concreta, mas espera colher, no mínimo, 60 sacas/ha. Se o mercado continuar mantendo a média de preço pago ao produtor que foi de R$ 68,48 por saca, entre janeiro e maio deste ano, na colheita (no final de setembro), obteria uma média de R$ 4 mil por hectare.
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Ouça a entrevista com o engenheiro-agrônomo Fernando Aggio, do Departamento Técnico-Econômico da FAEP
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Fonte: Sistema FAEP