Aos 15 anos, Gean Augusto Vesselovitz nunca imaginou que, em uma década, sua vida teria uma reviravolta. Naquela época, em 2012, os pais fizeram um movimento pouco comum. Deixaram a área urbana de Guarapuava, na região Centro-Sul do Paraná, para morar no sítio, onde começaram a produzir leite e tirar o sustento da terra. Foi assim que, de um dia para o outro, Gean passou a ouvir o galo cantar todas as manhãs, estudar em uma escola rural e se acostumar à nova rotina.
Na nova vida, mais pacata em relação à cidade, tinha mais tempo livre. Como estava no primeiro ano do Ensino Médio e logo teria que escolher uma carreira, resolveu dar uma chance para o agro. Na escola ouviu falar do programa Jovem Agricultor Aprendiz (JAA), do SENAR-PR. Matriculou-se e, logo nas primeiras aulas, identificou aspectos que poderiam melhorar na propriedade dos pais. Convenceu o pai e a mãe a investirem em análise da fertilidade do solo e os resultados não demoraram a aparecer.
Logo após esse primeiro empurrão, o jovem começou a tomar gosto pela terra. Na hora de escolher o curso universitário, foi para Engenharia Agronômica, na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Não demorou para conseguir um estágio e, posteriormente, ser contratado pela multinacional GDM Genética, que atua no desenvolvimento genético de soja no Brasil, entre outras áreas. “Eu sou supervisor de desenvolvimento, moro em Pato Branco, mas atuo em toda a região do Oeste de Santa Catarina, Sudoeste do Paraná e parte do Centro-Sul”, explica Vesselovitz.
O engenheiro agrônomo brinca que paga aluguel para os móveis “morarem” na casa, já que praticamente não para em sua residência – principalmente durante a safra. “Viajo avaliando os ensaios que temos a campo. Durante a safra de soja, tenho uma equipe de estagiários que ajuda na coleta de dados. Saio cedo para o campo, avalio as informações, passo em cooperativas, faço esse acompanhamento”, detalha.
No segundo semestre de 2022, mesmo na entressafra, os móveis de Vesselovitz vão seguir solitários em Pato Branco, na região Sudoeste. Quando atendeu a reportagem, em agosto, o profissional estava em uma das sedes da GMD, em Jonesboro, no Estado de Arkansas, nos Estados Unidos. A viagem ocorreu por conta de um intercâmbio, que vai proporcionar conhecer os métodos de trabalho no país norte-americano. “Fui transferido por alguns uns meses para fazer essa troca de experiência, pois o trabalho aqui [Estados Unidos] tem suas peculiaridades. Está sendo uma oportunidade única para minha carreira”, comemora o egresso do JAA.
JAA
O Programa Jovem Agricultor Aprendiz (JAA) tem seis formações disponíveis para adolescentes e jovens maiores de 14 anos. Os assuntos disponíveis para esse curso são: bovinocultura de leite, fruticultura, mecanização agrícola, olerícolas, piscicultura e gestão. Para saber como participar, procure o sindicato rural local, clicando aqui.
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Fonte: Sistema FAEP