Das 9 horas da manhã às 4 horas da tarde desta segunda-feira (05/10), presidentes de sindicatos rurais gaúchos participaram da eleição da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul. Na frente da sede da entidade, em Porto Alegre, foram montadas duas barracas para dividir os simpatizantes das chapas que disputaram o comanda da principal entidade do agronegócio do estado. Mesmo antes do final da votação, o concorrente da oposição, ex-presidente do Sindicato Rural de Passo Fundo, João Batista da Silveira (57 anos), sabia que a peleia seria difícil.

- Estamos vendo muitos funcionários da Casa Rural e do Senar, que são presidentes de Sindicatos Rurais ou delegados representativos, votando. Mas eles não estão aqui para defender uma causa, e sim o seu emprego. Vejo isso como uma falha e precisa ser corrigida – reclama Silveira.

Com o plenário da Farsul lotado, a dificuldade na eleição prevista pela chapa 2, se confirmou. Dos 137 Sindicatos Rurais ligados a Farsul, 135 estavam aptos para votar, mas 133 votaram: os representantes dos sindicatos de Itaqui e Catuípe não compareceram. A chapa 1, da situação, obteve 104 votos e a chapa da oposição, 29. Não houve nenhum voto branco ou nulo. Com 78% dos votos, Carlos Sperotto (76 anos), é conduzido para o sétimo mandato à frente da Farsul.

- Não é continuidade e nem continuísmo, é um consenso em torno de processos que estamos fazendo – avalia o candidato que está 18 anos no comando da federação.

No discurso da vitória, Sperotto elogiou a forma ética em que a disputa foi conduzida, principalmente pela postura da oposição.

- Não existem inimigos, e sim pessoas com pensamentos um pouco diferentes – ressalta.

 O presidente reeleito já adiantou que começa imediatamente a planejar o próximo ano e conta com o grupo do concorrente, João Batista da Silveira, para apontar os descontentamentos que os levaram a eleição. O candidato da oposição revelou à reportagem do portal Agronovas que faltam políticas eficientes nas seguintes áreas: triticultura, ovinocultura, orizicultura, além de leis trabalhistas mais condizentes com a realidade e mudanças no seguro agrícola. Para esse último tema, Sperotto anunciou logo após a eleição que é prioridade imediata e no próximo dia 14/10, técnicos da Farsul estarão em Brasília para pleitear mudanças no seguro agrícola.

- Porque não buscamos empresas internacionais para fazer o nosso seguro – enfatiza Sperotto.