O governo federal anunciou nesta terça-feira (22), em Brasília, a disponibilização de R$ 251,2 bilhões no chamado Plano Safra 2021/22 (aumento de 14% em relação ao ciclo passado). Serão R$ 177,78 bilhões para custeio e comercialização e R$ 73,44 bilhões para investimentos. Os juros seguiram a tendência da economia brasileira e tiveram aumento, em média, na casa de 1%. Essas quantias de recursos e taxas de juros estarão vigentes a partir do dia 1º de julho de 2021, quando começa oficialmente um novo ano-safra. O evento contou com a presença dos ministros da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Economia, do Meio Ambiente, entre outros, além do presidente da república, Jair Bolsonaro, e outras lideranças políticas.
O presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR, Ágide Meneguette, avalia que o Plano Safra está coerente com o momento econômico delicado vivido pelo Brasil e que atende a boa parte das demandas do agronegócio brasileiro. “Houve um esforço coletivo de todo o campo para garantir o melhor plano safra possível. Como em todos os anos, nós mandamos as sugestões da agropecuária paranaense ao plano e acompanhamos de perto todo o processo. Fizemos tudo o que esteve ao nosso alcance para que houvesse mais recursos disponibilizados e a menor alta de juros possível aos produtores rurais”, disse Meneguette.
O presidente da república Jair Bolsonaro enfatizou o papel do agronegócio na economia brasileira e chamou os brasileiros a se orgulhar do setor que tem segurado as pontas independentemente de crises. “Fomos um dos países que menos diminuiu a economia apesar da pandemia. O homem do campo é cada vez mais responsável pelo futuro econômico do nosso país. E tudo isso devemos a heróis brasileiros, pessoas de coragem que no passado fizeram investimentos a longo prazo, não de forma imediatista como é o mais comum no meio político”, disse. “Vamos nos orgulhar do Brasil, que é um país que já está no futuro”, convocou.
A ministra do Mapa, Tereza Cristina, destacou que o Plano Safra foi construído em consonância com quatro eixos estruturantes que norteiam sua gestão: fundiário, sustentabilidade, inclusão produtiva e acesso a novos mercados. Ela destacou o aumento do volume de recursos e a priorização da agricultura familiar e os investimentos na agricultura de baixo carbono. “É um plano que já vem pintado de verde. Reforçamos o compromisso com aqueles que mais precisam de apoio”, disse a ministra.
Por outro lado, Tereza Cristina também mencionou que o Ministério atuou no sentido de “multiplicar” mecanismos de financiamento no setor privado, trazendo mais instituições para financiar a safra. Além disso, ela apontou o volume financeiro garantido ao seguro rural e em outras políticas públicas, que “vão garantir a disponibilidade de alimentos não só ao povo brasileiro, mas também ao mundo”.
“O Brasil é uma potência agroambiental. Ninguém tem dúvida disso. Temos a responsabilidade de mostrar ao mundo que produzir e preservar podem andar juntos. Esse plano anda nessa direção: deixando o agro cada vez mais verde, inclusivo e próspero”, disse. “Vamos aproveitar o bom momento, plantar uma grande safra e chegarmos a uma marca histórica: 300 milhões de grãos até o fim do mandato”, acrescentou.
Wilson Vaz de Araújo, diretor de financiamento e informação do Mapa, apresentou os números do Plano Safra e enfatizou o protagonismo da conservação ambiental em todos os recursos destinados aos produtores rurais brasileiros. “Se pegar esse plano safra e destrinchar ele, você não vai encontrar itens financiados que de uma certa forma não sejam ligados à ações sustentáveis. O programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC), claro, é a marca registrada disso, mas tem muito mais do que isso”, revelou Araújo. “Agora, a partir de 1º de julho, é semente e máquinas no campo, vamos plantar e, se Deus quiser e São Pedro ajudar, fazer tudo isso acontecer”, chamou o diretor do Mapa.
Fausto de Andrade Ribeiro, presidente do Banco do Brasil, enfatizou que a instituição financeira quebrou todas as marcas na disponibilização de recursos no ano safra 2020/21 e que esse sucesso deve se repetir na próxima temporada. “Alcançamos um recorde absoluto junto com os produtores, R$ 115 bilhões em recursos na safra 20/21. É o maior desembolso da história em um Plano Safra, o que demonstra confiança e compromisso com agro brasileiro. O Banco do Brasil tem orgulho de ser o maior parceiro do agro de todos os tempos. E é preciso dizer que o agro vive novos tempos, com tecnologia, preservação, com mais protagonismo. Muito sucesso e uma excelente safra para o Brasil”, desejou Ribeiro.
Representando os produtores rurais, o ex-ministro da Agricultura e atual presidente-executivo da Abramilho, Allyson Paolinelli, se lembrou daquilo que chamou como “o primeiro grande plano de recuperação da agricultura brasileira”, lançado em 1979, no último ano do presidente Ernesto Geisel. Segundo o líder do setor rural, na ocasião, o plano provocou uma revolução na agropecuária, ajudando a desenvolver o setor e equilibrar a balança comercial do país. Olhando para o atual Plano Safra, Paolinelli reconheceu os esforços do governo que, com um orçamento apertado, garantiu recursos para manter recordes.
“Este plano que está sendo analisado aqui, é visto pelos consumidores mundiais. Saberão que vão ter, no ano que vem, uma nova safra recorde e que terão os alimentos deste país para não passar fome. O reconhecimento das maiores instituições internacionais, que o Brasil é, hoje, sem dúvida a representação da garantia da segurança alimentar”, disse.
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Fonte: Sistema FAEP