As vendas de etanol pelas usinas da região Centro-Sul aumentaram em março, mesmo com a queda observada na segunda quinzena. conforme dados da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), No total, foram comercializados 2,41 bilhões de litros no mês, sendo 162,36 milhões de litros destinados à exportação e 2,25 bilhões de litros ao mercado doméstico.
No mercado interno, o aumento nas vendas decorre da comercialização de 1,48 bilhão de litros de etanol hidratado. Pela primeira vez na safra, as vendas domésticas de etanol hidratado apresentaram aumento em relação ao
mesmo período de 2019: 1,47 bilhão de litros este ano, ante 1,39 bilhão de litros registrados no último ano (crescimento de 6,39%).
“Essa comparação deve ser realizada com cautela devido aos efeitos da pandemia. De todo modo, o resultado do mês mostra que o consumidor deu preferência ao hidratado devido ao diferencial de preço do biocombustível em relação ao valor praticado pela gasolina” – explica Antonio Pádua Rodrigues, diretor técnico da Unica.
Na safra recém-encerrada, as vendas de etanol pelas unidades produtoras alcançaram apenas 30,79 bilhões de litros (queda de 7,49% na comparação com o ciclo 2020/2021). As restrições à mobilidade em 2020 fizeram com que o
volume vendido retornasse aos patamares observados na safra 2018/2019 Do total vendido pelas usinas do Centro-Sul no ciclo que se encerra, 2,70 bilhões de litros foram destinados ao mercado externo (crescimento de 40,88%) e 28,10 bilhões de litros foram comercializados domesticamente (retração de 10,44%).
“A oferta do biocombustível acompanhou os movimentos na demanda por parte do consumidor final que, devido aos acontecimentos de 2020, reduziu drasticamente a compra de combustíveis” – explica Rodrigues.
Apesar da produção recorde de açúcar, o setor produziu volume de etanol mais do que suficiente para garantir o abastecimento interno no mercado de combustível e, adicionalmente, ofertar volume extra de álcool sanitizante
utilizado durante a pandemia de Covid-19, acrescentou.
“O estoque de etanol no final da safra é praticamente o mesmo observado no início deste ciclo, garantindo o equilíbrio entre oferta e demanda para os próximos meses” – finaliza Rodrigues.
Fonte: Canal Rural