Após quedas
consecutivas entre o fim de 2020 e o início deste ano, o setor de lácteos
começou a esboçar reação em março. As indústrias reduziram as apostas no queijo
muçarela, que vinha em franca desvalorização, voltando a produção a outros
derivados que estavam com melhor desempenho no mercado. A projeção é de que o
valor de referência do leite padrão – usado como base na negociação entre
produtores e a indústria – avance 1,78%, chegando a R$ 1,6045. Os números foram
apresentados durante reunião do Conselho Paritário Produtores/Indústrias de
Leite do Paraná (Conseleite-PR), realizado nesta terça-feira (23), por
videoconferência.
Uma das chaves
para a recuperação dos preços foi a mudança no mix de comercialização dos lácteos.
Em dezembro, o muçarela respondia por mais de 50% dos produtos comercializados.
Com os preços desse derivado despencando mês a mês, as indústrias reduziram a
produção deste item, de modo que a participação do muçarela caiu para 43,7% do
mix. Paralelamente, produtos como leite spot, UHT e leite em pó – que estavam
com preços em valorização – ganharam espaço.
“Esse
comportamento de mercado fez com que os sinais se tornassem positivos para
praticamente todos os produtos. Se o setor vende mais um produto que tem maior
capacidade de pagamento, isso colabora com o valor de referência”, disse a
professora Vânia Guimarães, uma das responsáveis pelo levantamento. Conforme a
análise de mercado, a reação dos produtos lácteos ocorreu principalmente ao longo
das duas últimas semanas. “Isso nos sinaliza que, talvez, possamos ter valores
ascendentes nos próximos meses”, acrescentou.
Nos dois produtos
mais comercializados – o muçarela e o UHT –, o comportamento foi semelhante: o
preço médio de ambos os derivados sofreu uma queda acentuada em fevereiro, mas demonstrou
tendência de recuperação em março. No caso do UHT, a alta recente fez com que o
produto superasse o patamar que estava em janeiro. No caso da mussarela, apesar
da reação expressiva, o preço ainda está bem abaixo dos verificados nos meses
anteriores.
Outros dois
derivados também obtiveram desempenhos significativos. Após sofrer desvalorização
de 2,11% em fevereiro, o leite spot teve alta de 4,84% na parcial de março. Já
o leite em pó tem cenário positivo, graças a supervalorização do produto no
mercado internacional, o que deve trazer impactos nos preços do derivado aqui o
Brasil.
“Para os próximos meses,
temos que considerar um outro fator, que é a nova entrada do auxílio
emergencial, que vem em valor menor ao pago no ano passado. Vamos ver de que isso
impacta no mercado de lácteos”, disse o presidente do Conseleite-PR, Ronei
Volpi, que representa a FAEP no colegiado.
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Fonte: Sistema FAEP