De olho no mercado internacional para equilibrar a diferença entre produção e consumo de leite, o Rio Grande do Sul está com a porta aberta para o cobiçado mercado chinês – não por acaso, o maior importador mundial de lácteos. Com a confirmação dada nesta quarta-feira pelo Ministério da Agricultura de que o certificado sanitário internacional do Brasil foi validado pela China, agora caberá às indústrias fazerem o dever de casa.
– Com essa validação, não são necessárias novas inspeções antes da liberação das plantas. As empresas terão apenas de se habilitar no Ministério da Agricultura – explica Alexandre Guerra, presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Derivados do Estado, que nesta quarta esteve em Brasília, onde tratou do assunto com Odilson Luiz Ribeiro e Silva, diretor do departamento de Negociação Não Tarifária da Secretaria de Relações Internacionais da pasta.
Além da China, outro importante mercado, a Rússia, também habilitou neste ano uma leva de indústrias brasileiras à exportação.
O Rio Grande do Sul, segundo maior produtor nacional, tem três empresas credenciadas à venda – BRF, Cosuel e CCGL. A concretização é agora só uma questão de mercado.
No final de 2014, o descompasso entre produção e consumo, somado ao fechamento de algumas indústrias, provocou grave crise para os produtores de leite. As importações de leite em pó feitas pelo Brasil também vêm crescendo – nos primeiros oito meses deste ano, o país comprou volume 80% maior do que em igual período do ano passado. A diferença entre importação e exportação desse produto representa 25 dias da produção do RS.
É por isso que o setor vem pressionando por mecanismos que ajudem no equilíbrio.
– Não adianta só barrar a importação, a melhor solução mesmo é abrir novos mercados – pondera Guerra.
China e Rússia são oportunidades que se abrem e precisam ser aproveitadas.
Fonte: Zero Hora