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Projeções do Usda para a Safra 2020/21

Por Ana Paula Kowalski, técnica do Departamento Técnico Econômico da FAEP

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) divulgou, no dia 12 de maio, o aguardado primeiro relatório de oferta e demanda mundial da safra 2020/21. Nele constam as primeiras projeções para a safra que se inicia nos Estados Unidos e principais produtores, exportadores e importadores mundiais. Isso tudo frente à pandemia do Covid-2019.

Trigo – oferta e demanda mundial (em milhões de toneladas)

Estoque inicial Produção Importação Consumo Animal Consumo Doméstico Total Exportação Estoque final
295,12 768,49 182,84 137,47 753,49 187,98 310,12
­6% ­1% ­2% ¯4% ­1% ­2% ­5%
Produção Dentre os maiores exportadores, a Austrália deve
ampliar em 58% sua produção para 24 milhões de toneladas após 3 safras de
seca. A Argentina deve aumentar sua produção em 8% para 21 milhões de
toneladas após perdas na safra passada ocasionadas por seca, geadas e
granizo. A Rússia, tem sua safra estimada em 77 milhões de toneladas
(+5%) e Canadá em 34 milhões de toneladas (+5%).
Por outro lado, União Europeia reduzirá em 8% sua
produção para 143 milhões de toneladas por redução de área e produtividade. Ucrânia
também reduzirá para 28 milhões de toneladas (-4%) sua produção.
O Brasil produzirá 5,5 milhões de toneladas, com
aumento de 6% em relação à safra passada e maior recuperação dentre os demais
países do grupo de maiores importadores.
Exportações A projeção é de um aumento de 2% nas exportações
mundiais, chegando a 187,98 milhões de toneladas. A Austrália deve
voltar forte ao mercado com 15 milhões de toneladas e aumento de 83% frente a
safra passada, atendendo principalmente o sudeste asiático.
A Argentina deve ampliar suas exportações para 14,5
milhões de toneladas (+7%) e Canadá também aumentará para 24,5 milhões de
toneladas suas vendas ao exterior.
A Rússia continuará liderando as exportações com 35
milhões de toneladas e aumento de 4%. A União Europeia reduzirá em 19% suas
exportações para 28,5 milhões de toneladas.
Estoques O estoque mundial será 5% superior ao da safra passada,
com 310,12 milhões de toneladas, sendo 52% desse estoque na China. Esse
número é resultado de um estoque inicial mais elevado, bem como maior
produção e importações. Pelo lado da demanda, apesar do consumo menor para ração
espera-se uma maior destinação para alimentação humana e também aumento de 2%
nas exportações.

Milho – oferta e demanda mundial (em milhões de toneladas)

Estoque inicial Produção Importação Consumo Animal Consumo Doméstico Total Exportação Estoque final
314,73 1.186,86 176,21 729,02 1.161,96 182,25 339,62
­6% ­1% ­2% ¯4% ­1% ­2% ­5%
Produção Os Estados Unidos deve retomar com força sua
produção após uma quebra de quase 35 milhões de toneladas na safra passada. A
expectativa é de 406,3 milhões de toneladas produzidas com aumento de 17% em
relação à temporada anterior, o que, se consolidando, será um recorde.
Dentre os maiores exportadores, a Ucrânia deve
produzir 39 milhões de toneladas com aumento de 9% em relação à safra passada.
Para o Brasil, a projeção do USDA é uma produção de 106 milhões de
toneladas para a safra 2020/2021, com um aumento de 5% em relação à safra
atual. Vale ressaltar que a estimativa da safra em curso é de 101 milhões de
toneladas, contra 102,3 da Conab.
Exportações As exportações mundiais devem aumentar 8% para 182,3
milhões de toneladas. O otimismo dos Estados Unidos quanto à retomada
das exportações é carro chefe desta elevação com expectativa de 54,6 milhões
de toneladas e 21% de aumento em relação à safra passada.
A quantidade exportada pelo Brasil também deve
crescer para 38 milhões de toneladas, 6% a mais que a safra atual. A projeção
é que o market share do Brasil se
mantenha nos mesmos 21% da safra passada. Estados Unidos permanece com
a maior fatia, com 30% e crescimento de 3 pontos percentuais em relação à
safra passada. A Argentina deve ter market share de 19% e Ucrânia de 18%.
Importações Os maiores importadores devem aumentar sua demanda de
milho na safra 2020/2021. O Egito lidera as altas com estimativa de
importação de 11 milhões de toneladas, 11% a mais que na safra passada. União
Europeia, com 23 milhões de toneladas (+7%), México com 18,3
milhões de toneladas (+6%) e Coréia do Sul com 11,8 milhões de
toneladas (+4%) também se destacam como grandes exportadores.
Estoques O estoque mundial de milho deve totalizar 339,6 milhões
de toneladas com aumento de 8% em relação à safra passada. Destaque para o
estoque americano estimado em 84,29 milhões de toneladas (58% de aumento). Ucrânia
(1,6 milhões de toneladas | +108%), Canadá (2,86 milhões de toneladas
| 39%) e Brasil (5,89 milhões de toneladas | +34%) também puxam este
movimento de alta.

Soja – oferta e demanda mundial (em milhões de toneladas)

Estoque inicial Produção Importação Consumo Animal Consumo Doméstico Total Exportação Estoque final
100,27 362,76 158,02 312,80 360,73 161,93 98,39
¯11% ­8% ­3% ­4% ­4% ­5% ¯2%
Produção A produção mundial de soja deve ter um crescimento de
quase 27 milhões de toneladas em relação à temporada 2019/2020,
consolidando-se como a maior safra da história.
A recuperação dos Estados Unidos puxa essa grande
safra com 112,26 milhões de toneladas e aumento de 16% em relação à safra
passada. Assim como o milho, a temporada 2019/2020 foi frustrada em 16
milhões de toneladas em relação à estimativa inicial.
Ainda assim, o Brasil segue como maior produtor
com 131 milhões de toneladas e aumento de 6% em relação à safra 2019/2020. A Argentina
deve ampliar sua produção para 53,5 milhões de toneladas (+5%) e o Paraguai
produzirá 10,25 milhões (+4%) de acordo com a estimativa.
A China deve produzir 3% menos soja com safra
estimada em 17,5 milhões de toneladas.
Exportações O Brasil se mantém como o maior exportador mundial
com 83 milhões de toneladas, apesar de um decréscimo de 1 milhão de toneladas
em relação à temporada 2019/2020.
Os Estados Unidos devem comercializar 10 milhões
de toneladas a mais que na safra passada, totalizando 55,8 milhões de
toneladas. A Argentina, apesar da maior produção, deve reduzir suas
exportações em 19%, para 6,5 milhões de toneladas, enquanto que o Paraguai
deve aumentar de 5,9 para 6,3 milhões de toneladas.
Importações As importações mundiais devem ter incremento de 4,3
milhões de toneladas na safra 2020/2021. Dentre os maiores compradores, essa
é a tendência, com exceção da União Europeia que deve ter leve redução
200 mil toneladas, importando 14,9 milhões de toneladas.
A China, por sua vez deve aumentar suas
importações para 96 milhões de toneladas, ou 4 milhões a mais que a temporada
atual, isso para atender uma demanda de moagem que deve crescer 8% para 93
milhões de toneladas (30% do processamento mundial)
Estoques O estoque mundial de soja deve encerrar a safra 2020/2021
em 98,39 milhões de toneladas, com decréscimo de 2% em relação à safra
passada. Essa baixa é puxada especialmente pelo estoque americano, que deve
cair 30% para 11 milhões de toneladas. O baixo estoque inicial e um aumento
de consumo são responsáveis por esse comportamento mesmo com a expectativa de
safra recorde e aumento de exportações.

Brasil (em milhões de toneladas)

  Estoque inicial Produção Importação Consumo Animal Consumo Doméstico Total Exportação Estoque final
Trigo 0,91 5,50 7,10 0,50 12,10 0,60 0,81
Milho 4,39 106 1,50 58 68 38 5,89
Soja 25,73 131 0,15 45 47,65 83 26,23
Farelo de Soja 3,61 34,90 0,03 18,50 16,30 3,74
Óleo de Soja 0,33 8,64 0,03 7,65 1,05 0,30

A notícia Projeções do Usda para a Safra 2020/21 apareceu pela primeira vez em Sistema FAEP.

Fonte: Sistema FAEP



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