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VOLUME BAIXO EM EXPORTAÇÕES DE CACAU

A indústria processadora de cacau brasileira enfrenta o seu terceiro ano seguido de queda na moagem de amêndoas. Enquanto em 2014 foram processadas 224 mil toneladas, a previsão é de que este ano a moagem alcance apenas 210 mil toneladas, o menor volume em mais de 10 anos.  Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), em 2015 apenas 11.018 toneladas chegaram ao País, o equivalente a aproximadamente 5% do total esperado da safra nacional de cacau para o ano.

De acordo com levantamento da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), que representa 95% do parque processador de cacau no Brasil, as moagens encerraram o primeiro semestre de 2015 com redução de 9% (exatas 105.987 toneladas), em comparação com 115.934 nos primeiros seis meses de 2014.

As importações complementares estão sendo consideradas desnecessárias este ano, segundo a AIPC, porque a oferta excepcional de cacau nacional, que ficou concentrada em período de forte redução de atividades da indústria e que naturalmente dificulta a absorção e a armazenagem dessas quantidades, deve atender o que a indústria precisa em 2015, embora ainda distante da capacidade instalada de todo o parque processador (em torno de 250 mil toneladas).

- As importações realizadas em 2015 se encerraram em abril e foram necessárias para satisfazer, além da insuficiência da oferta local que foi identificada na época de sua contratação – seis meses antes da sua chegada ao País, também a requisitos de qualidade. Esta é uma condição reclamada pelos consumidores internos e externos, e que a produção brasileira ainda encontra alguma dificuldade para atender, situação que foi reconhecida por representantes dos produtores de cacau em recente audiência pública realizada no Senado Federal – explica o secretário executivo da AIPC, Walter Tegani.

Outro fator que preocupa o setor e já é consenso na Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Cacau é a necessidade de se encontrar uma resposta para as enormes diferenças que existem entre os recebimentos efetivos de cacau nacional por toda a indústria processadora do País e o total da safra que vem sendo informada pela Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A diferença nos últimos 10 anos alcança a marca de 499 mil toneladas.

- Como não há no continente nenhuma indústria processadora que possa absorver essas diferenças e as exportações de cacau pelo Brasil são insignificantes, ainda não temos condições de confirmar que o Brasil voltou a ser autossuficiente na oferta da amêndoa, embora possamos concordar que a oferta de cacau nacional vem registrando crescimento ao longo dos últimos anos e em alguns tenha até ficado próxima da demanda da indústria – completa Tegani.

Sobre a AIPC:  A Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau, representa 95% do parque processador de cacau no Brasil, gerando mais de 4.200 empregos diretos nas 5 fábricas instaladas na Bahia e em São Paulo. As empresas associadas à AIPC (ADM JOANES, INDECA, CARGILL e BARRY CALLEBAULT) instalaram-se no Brasil há mais de 40 anos, quando havia abundância de cacau e grandes excedentes de exportação e hoje chega a ser superado pelo Equador. Enquanto isso o Brasil, terceiro maior parque confeiteiro do mundo, atrás dos Estados Unidos e Alemanha, se esforça para torna-se o segundo nos próximos anos (mas carece do suprimento regular e seguro de sua indústria), em meio a uma cadeia de cacau e chocolates que participa do PIB BRASIL com mais de R$ 11 bilhões.

Fonte: Mercado do Cacau



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