O ano de 2020
começou com recordes expressivos para o Paraná. Com a colheita praticamente
encerrada, a safra de grãos 2019/20 chegou à marca histórica de 20,7 milhões de
toneladas, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de
Agricultura e Abastecimento (Seab). Tão importante quanto ter eficiência na
produção e na colheita é ter um sistema logístico capaz de escoar os produtos
agropecuários, seja para o mercado interno, seja para a exportação. E neste
sentido, o Estado também fez bonito, atingindo marcas sem precedentes.
“O sistema logístico do Paraná é muito bom em relação ao restante do país. Temos um porto eficiente, todo o Estado pavimentado e com asfalto de qualidade, embora algumas regiões precisem de duplicação. A preocupação é ampliar a malha de transporte ferroviário”, diz o consultor de logística da FAEP, Nilson Hanke Camargo.
Participe da transmissão ao vivo sobre a logística paranaense da lavoura ao porto nesta quarta-feira (dia 13), a partir das 14 horas, com o presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR, Ágide Meneguette; o consultor de logística da FAEP, Nilson Hanke Camargo; e diretor-presidente da Portos do Paraná , Luiz Fernando Garcia.
O corredor de
exportação do Estado vem funcionamento muito bem, como comprovam os números. O
Porto de Paranaguá fechou abril com a maior movimentação mensal de sua
história: 5,5 milhões de toneladas embarcadas – 30,9% maior que no mesmo mês de
2019. De janeiro a abril, o volume também impressiona: 18,8 milhões de
toneladas. Quase um terço desse volume – 5,8 milhões de toneladas – corresponde
a carga de soja, o que atesta que essa movimentação intensa tem relação direta
com a supersafra de grãos. Só em abril, o porto recebeu mais de 59 mil
caminhões em seu pátio de triagem, sem que houvesse formação de filas na rodovia.
“Conseguimos atender
a essa demanda perfeitamente, mostrando ao mercado que temos condições de
atender a um volume maior, com a nossa qualidade já reconhecida”, ressalta o
diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia. “A logística se mostrou
eficiente, seguindo a condução que o governo vem dando, para que tenhamos um
movimento ordenado, em que nenhum ponto falhe”, acrescenta.
A Ferroeste –
Estrada de Ferro Paraná Oeste – também fechou abril com desempenho histórico. A
companhia bateu recorde de movimentação do volume transportado da região Oeste,
com 160 mil toneladas transportando – ultrapassando o recorde anterior,
registrado em abril de 2019, quando 115 mil toneladas haviam sido movimentadas.
O maior volume transportado foi de soja e contêineres refrigerados com frango.
No quadrimestre – de janeiro a abril – a movimentação chegou a 380 mil
toneladas: 53% mais em relação ao mesmo período do ano passado.
Gargalos
Projeções do governo
federal apontam que, dentro de uma década, o volume embarcado anualmente pelo
Porto de Paranaguá deve saltar de 53 milhões de toneladas para 65 milhões de
toneladas. Para que a operação continue sendo eficiente, os especialistas
apontam que algumas otimizações devem ser feitas. Hanke Camargo destaca a
necessidade da ampliação da malha ferroviária do Paraná e a criação de mais um
ponto de acesso ao Porto de Paranaguá.
“Precisamos resolver
a interligação ferroviária entre Guaíra e Cascavel e, principalmente, priorizar
o transporte por trens, para que possamos escoar a nossa produção de forma mais
eficiente”, pontua o consultor da FAEP.
“Precisamos nos
preparar para esse aumento que deve ocorrer em dez anos. Alguns ajustes precisam
ser feitos. Hoje, 75% do que são embarcados no Porto de Paranaguá chegam por
via rodoviária. Não podemos manter a matriz logística de chegada em 75%
rodoviário e 25% ferroviário. Temos que melhorar essa distribuição”, afirma
Garcia.
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Fonte: Sistema FAEP