O SENAR-PR é
personagem coadjuvante de uma infinidade de histórias de sucesso e superação
nas quais o protagonista é o produtor rural paranaense. Por meio de seus cursos
e programas, a instituição leva conhecimento e informação técnica de qualidade
para todas as regiões do Estado, capacitando um exército de produtores e
trabalhadores rurais e fazendo a diferença dentro da porteira.
Mesmo quando
não contempla uma atividade com um curso específico, o SENAR-PR tem uma gama de
opções em diversas áreas transversais ao agronegócio, como gestão, boas
práticas, entre outros, que permitem assistir produtores de qualquer área para
que possam melhorar seus resultados produtivos e sua qualidade de vida.
Há mais de 30
anos, o casal Cleonice e José Magalhães de Miranda, de Jacarezinho, na região
do Norte Pioneiro, aposta na produção de abacate, e vem colhendo bons
resultados. “Começamos com cerca de cinco hectares com diversas variedades”,
conta Cleonice. Na divisão de tarefas, ela cuida da parte administrativa e o
marido toca o pomar. “No começo, a gente só sabia o básico, mas fomos
pesquisando, fazendo cursos e aprendendo”, conta a produtora que, nessa
jornada, participou de diversos cursos do SENAR-PR.
Em um
primeiro momento, algumas escolhas, como as capacitações de apicultura e
piscicultura, parecem distantes da atividade desenvolvida pelo casal. Mas ao
analisar mais de perto descobrimos que se aplicam perfeitamente à realidade dos
Miranda. “Como temos pomar, precisamos das abelhas para a polinização. A
piscicultura foi para manter a nossa represa limpa, pois tem peixes que cuidam
disso. Trouxe mais qualidade para o sítio”, explica Cleonice.
Outro curso
realizado pelo casal foi o de citricultura. Isso se explica pela opção inicial
do pomar. “No começo plantamos citrus, mas como o retorno era muito incerto,
eliminamos e ficamos só com o abacate”, lembra a produtora.
Hoje o casal
produz seis variedades de abacate: Fortuna, Quintal, Fuerte, Margarida, Breda e
Geada. Como combinam cultivares precoces e outros mais tardios é possível ter
produção quase o ano inteiro. “Também prolongamos a época de produção de cada
variedade fazendo o ‘raleio’, isto é, colhendo os maiores e deixando os menores
para crescer”, explica.
A área
inicial de cinco hectares também aumentou e hoje, segundo ela, são 70 hectares
plantados, divididos em três propriedades em Jacarezinho, Ribeirão Claro e
Ribeirão do Pinhal. A cada safra a produção é de cerca de 50 mil caixas de 20
quilos cada, totalizando 1 mil toneladas de abacate de mesa. Grande parte da
produção vai para o Ceasa de Santa Catarina, mas também existem envios para
Bahia, Brasília e Mato Grosso do Sul, afirma a produtora.
Na atividade
há três décadas, o casal já descobriu alguns segredos importantes na condução
da fruta. “É um erro achar que o abacate é rústico. Como qualquer cultura
perene, ele é sensível”, ensina Cleonice. Dentre os principais inimigos desta
cultura está a Broca (Stenoma catenifer), que penetra na casca e estraga
completamente os frutos, mas os fungos que ocorrem na época de floração também
trazem dor de cabeça.
Para
enfrentar esses percalços o casal tem optado pelo uso de insumos orgânicos.
“Quando está muito atacado e dependendo do tipo do pomar, às vezes é necessário
fazer a pulverização com [defensivo] químico, mas só como último recurso. Já
faz alguns anos que o mercado exige produtos mais saudáveis. Sem mercadoria de
qualidade não consegue botar no mercado e se botar, o preço é bem inferior”,
afirma.
Para o
futuro, Cleonice conta que vem observando as tendências de mercado que apontam
para uma oportunidade para exportação do abacate da variedade Hass (avocado).
“Nós sabemos que tem associações de produtores que estão exportando. De uns
dois anos para cá tem acontecido. Vamos nos voltar para essa oportunidade”, finaliza
a fruticultora.
Complemento
Outro curso do SENAR-PR que causou um grande efeito e ficou na memória da produtora foi o Mulher Atual. “Gostei tanto que fiz duas vezes”, brinca Cleonice. Com objetivo de estimular a participação da mulher na condução do negócio rural, o Programa Mulher Atual trabalha aspectos culturais, emocionais, familiares e profissionais, de modo a proporcionar às participantes um novo olhar sobre suas trajetórias. “Eu sempre fui ativa, mas um leque de possibilidades se abriu diante de mim depois desse curso”, avalia Cleonice, que apesar de participar das decisões da propriedade, descobriu em si uma vocação empreendedora e um grande tino para negócios.
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Fonte: Sistema FAEP