A vontade de
aprender fez com que Maria Gabrieli Andrade Campaner, 16 anos, superasse suas
limitações. A jovem, que é deficiente auditiva, se inscreveu no curso
“Introdução à informática”, do Programa de Inclusão Digital, do SENAR-PR. O
módulo era voltado a pessoas que não têm necessidades especiais, mas, ainda assim,
Maria Gabrieli foi adiante e se formou com louvor. O curso foi promovido em
agosto do ano passado, pelo Sindicato Rural de Campina da Lagoa, na região
Centro-Oeste do Paraná.
A jovem é
aluna do 9º ano do Colégio Campina da Lagoa e nunca tinha tido a oportunidade
de fazer um curso fora da escola. Segundo a família, Maria Gabrieli sempre
cobrava que queria aprender mais. Quando a mãe e a irmã souberam que haveria o
curso oferecido pelo sindicato rural, pensaram que poderia ser uma boa
oportunidade de a estudante começar a intensificar seu aprendizado.
“A Gabi
sempre quis muito aprender. Quando surgiu o curso, pensamos logo em uma maneira
de ela poder participar”, diz Ana Caroline Andrade Campaner, irmã da aluna.
A mãe,
Rosângela Pereira de Andrade, também se inscreveu no curso e acompanhou a filha
nas aulas. Em alguns dias, Maria Gabrieli também teve a companhia de uma
professora de Língua Brasileira de Sinais (Libras), disponibilizada pelo
sindicato rural.
De acordo com
o presidente do Sindicato Rural de Campina da Lagoa, Célio Antonio Bueno, uma
das políticas da entidade é criar possibilidades para que todos sejam
atendidos, independentemente de suas limitações. “A gente tem tentado dar todo
o apoio necessário para atender a comunidade. O nosso perfil é esse, dentro da
nossa possibilidade, atender a população e levar capacitação e conhecimento”,
afirma.
Convivência saudável
Segundo a
instrutora do SENAR-PR Tania Dirlene Ratz Gerstner, a aluna especial aproveitou
integralmente o curso, tanto em relação ao aprendizado, quanto no que diz
respeito ao convívio com os colegas.
“Ela era uma
participante como os outros alunos. Visualmente, ela acompanhava as
apresentações no data-show e a mãe e a professora de Libras iam ajudando, se
comunicando com ela. Ela se deu bem com todo mundo, inclusive alguns
participantes já a conheciam”, ressalta a instrutora.
De acordo com
a família, a adaptação de Maria Gabrieli ao curso foi total. Agora, ela está
apta a aplicar os conhecimentos adquiridos – em programas como Word e Excel,
além de navegação de internet – em pesquisas e trabalhos escolares. “No começo,
pensávamos que minha mãe é quem ia apoiar a Gabi, mas, para a nossa surpresa, a
Gabi teve muita facilidade com a tecnologia e ela quem acabou ajudando a minha mãe”,
conta Ana Caroline.
Por meio da linguagem de sinais, Maria Gabrieli disse que não pretende parar por aí. O próximo desafio é fazer o programa Jovem Agricultor Aprendiz (JAA). Ela também contou o que achou do curso: “Para o surdo, é muito complicado participar de cursos, mas fui muito bem recepcionada por todos e, com esse apoio, estou muito motivada a participar cada vez mais”.
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Fonte: Sistema FAEP