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Uso de agroquímicos irregulares é crime e oferece riscos

No início de
novembro de 2019, uma operação coordenada pelo Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa) fiscalizou centenas de propriedades no Paraná,
com o objetivo de combater o uso de defensivos agrícolas ilegais. Batizada como
Westcida, a operação teve suas ações focadas nas regiões Oeste e Sudoeste do
Estado. A ação resultou em mais de seis toneladas de agroquímicos ilegais
apreendidos, R$ 1 milhão em multas e nove pessoas presas.

A operação
revelou uma situação perigosa: o uso de produtos irregulares, sejam piratas
(falsificados), contrabandeados ou produtos sem registro no Brasil. Ainda, além
de ser crime, muitos agricultores acabam se expondo em busca de uma economia
pontual (e ilusória), arriscam a própria atividade, a saúde e o meio ambiente.

Segundo o
auditor-fiscal federal agropecuário do Mapa, Marcelo Bressan, existem duas
categorias principais de produtos ilegais. A primeira inclui os
contrabandeados, que vem de outros países e podem não ter registro no Brasil.
“Para reconhecer essa categoria, a característica mais marcante é o rótulo em
língua estrangeira. Além disso, os produtos não têm registro no Mapa”, orienta
Bressan.

A segunda
categoria é a dos produtos falsificados, que tentam imitar um similar já
existente no Brasil. “Esse é mais difícil de pegar, pois a falsificação é muito
bem-feita. Ainda, a pessoa que age em um determinado lugar não volta mais, pois
o produto não funciona. A operação [Westcida] não pegou nenhum tipo [desse
produto]”, observa o auditor do Mapa.

Crime

O produtor
que adquire esses produtos está cometendo um crime previsto na Lei Federal
7.802, de 1989. Podendo também ser enquadrado em contrabando e na lei de crimes
ambientais, Art. 334-A do Código Penal e Art. 56 da Lei Federal 9.605/98,
respectivamente. Quem comete esses crimes está sujeito a penas de reclusão de
dois a quatro anos, além de pesadas multas, que podem chegar a R$ 2 milhões.

Desta forma,
além de um risco desnecessário – para o usuário, para a comunidade e para o
meio ambiente -, essa prática ilegal não se justifica do ponto de vista
econômico. Apesar de caros, os defensivos agroquímicos não respondem pela maior
parcela do custo de produção, e colocam em risco todo o investimento de uma
lavoura. Ou seja, o produtor tem pouco a ganhar e muito a perder.

Confira algumas dicas antes de adquirir agroquímicos:

– Consulte
sempre um engenheiro agrônomo;

– Utilize
apenas produtos registrados no Mapa e cadastrados na Adapar;

– Compre
apenas de comerciantes registrados na Adapar;

– Desconfie
de produtos vendidos muita abaixo do preço de mercado;

– Verifique
se produto com rótulo em outro idioma está cadastrado para uso no Brasil.

Denúncias

Esses tipos de crimes podem ser denunciados por meio das ouvidorias do Mapa e da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar). “A denúncia pode até ser anônima. O importante é constar a localização, se é numa propriedade agrícola, uma revenda ou se uma pessoa está distribuindo o produto ilegal”, adianta o fiscal de defesa agropecuária da Adapar, João Miguel Tosado.

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Fonte: Sistema FAEP



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