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PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL DE BOVINOS DE CORTE CHAMA ATENÇÃO

Nas últimas semanas, os trabalhos da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande, MS) em sistemas integrados de produção chamaram atenção de membros dos Consulados Geral da Alemanha e dos Estados Unidos da América (EUA) em São Paulo. Os diplomatas Axel Zeidler (Alemanha) e Adam Shub (EUA) inseriram a Unidade da Embrapa na agenda de visitas a Mato Grosso do Sul por entenderem que as relações com o estado passam pelos avanços nos setores da Ciência e Tecnologia.

“O que nos interessou durante a visita foi um amplo espectro: economia, cultura e ciências. Mato Grosso do Sul é famoso por sua forte produção agropecuária, principalmente na criação de gado e queremos aprofundar as conversas com a Embrapa Gado de Corte”, destacou Zeidler, pela primeira vez no Estado. O país europeu importa carne bovina brasileira e, segundo ele, é importante para o consumidor alemão que as “importações de carne bovina tenham 100% de garantia de que a certificação de exportação seja realizada adequadamente e que os padrões da União Europeia sejam atendidos”.

Por isso, um dos temas de interesse da comitiva, formada também pelo cônsul-geral adjunto, Jens Gust, e o cônsul-honorário da Alemanha em Campo Grande, Reinhard Knoch, foi a plataforma de pecuária de baixo carbono, com visita aos experimentos de sistemas integrados conduzidos há mais de 25 anos no Centro de Pesquisa, em companhia dos pesquisadores envolvidos.

“A Unidade da Embrapa foi um dos “highlights” no nosso programa”, definiu Gust.

Desde 2014, a Unidade tem uma cooperação interinstitucional com a Universidade de Hohenheim (Stuttgart-ALE) e Fundação MS, em que o principal tema de estudos são os sistemas de integração, com foco nos recursos hídricos. Mais recentemente, a obra “ILPF – inovação com integração de lavoura, pecuária e floresta”, lançada pela Embrapa, contou com a participação de sete profissionais alemães entre seus autores.

América do Norte – Igualmente no Estado por primeira vez, o cônsul-geral dos EUA, Adam Shub, e o vice-cônsul para Assuntos Econômicos, Gai Nyok, apostam no crescimento de MS, em que a economia cresceu quatro vezes à média nacional, como estímulo a parcerias público-privadas nos setores agrícolas, infraestrutura, saúde e segurança pública. No ano passado, o país foi o terceiro mercado de exportação sul-mato-grossense.

A agenda da missão incluiu reuniões com equipe do Governo de MS, empresariado, visita a universidades, programas culturais e projetos sociais (como Casa da Mulher Brasileira) e encerrou-se na área da Embrapa Gado de Corte. Para Shub, o fato de EUA e Brasil serem exportadores de carne bovina não impede a cooperação, que já é feita por meio do USDA/ARS (Agricultural Research Service).

“Somos países grandes, continentais. Temos nossas características, métodos e culturas distintas, mas vamos na mesma direção de produzir alimentos mais saudáveis, pois é isso que o consumidor deseja: comer bem e com qualidade”, enfatizou o diplomata.

Presente nas duas ocasiões, o chefe-geral interino da Embrapa Gado de Corte, Ronney Mamede, comenta a importância de se falar sobre a imagem que a produção de carne no Brasil tem nos países e a necessidade de investir, cada vez mais, em estratégias “para retratar, com propriedade, os atributos de qualidade e sustentabilidade da nossa carne, bastante valorizados pelo mercado externo, mas nem sempre explorados em todo o seu potencial junto ao consumidor final”.

Além de Mamede, as comitivas foram acompanhadas pela chefia-adjunta de P&D, Lucimara Chiari; chefia-adjunta de Transferência de Tecnologia, Gilberto Menezes; articulador internacional da Unidade, Mateus dos Santos; e pelos pesquisadores Davi Bungenstab, Fabiana Villa e Manuel Macedo.

Carne carbono neutro – Objeto de interesse dos emissários, a pecuária de baixo de carbono tem, atualmente, como destaque a carne carbono neutro (CCN), a qual é produzida em sistemas integrados com a presença de árvores plantadas, que são responsáveis pelo sequestro de carbono e possibilitam a neutralização da emissão de metano dos animais em pastejo, além de proporcionar conforto térmico ao gado. O foco do sistema é o componente florestal.

Fonte: Embrapa



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