O Paraná reforçou neste ano a defesa agropecuária nas divisas com Santa Catarina e na fronteira com a Argentina, no Sudoeste do Estado. A medida é parte do protocolo de conquista do status internacional de área livre da febre aftosa sem vacinação.
Desde o dia 6 deste mês, os postos de fiscalização da região, ligados à Unidade Regional de Francisco Beltrão, não permitem o ingresso e incorporação de animais vacinados contra a doença.
Com o início do trabalho na região, o Estado passa a contar com fiscalização integral, 24 horas por dia, em toda sua extensão territorial, seja na divisa com outros estados ou na fronteira com países.
Ao todo, destacou Norberto Ortigara, secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, são 33 postos espalhados pelas estradas do Paraná.
“Precisamos proteger nosso status sanitário”, afirmou. “Isso vai dar oportunidade para que agricultores e indústrias produzam mais, o que representa empregos e desenvolvimento econômico”, acrescentou Ortigara.
BARRACÃO – A nova estratégia de defesa mudou a rotina do posto de fiscalização em Barracão, cidade paranaense que faz divisa com a catarinense Dionísio Cerqueira e fronteira com a argentina Bernardo de Irigoyen.
Responsável pelo comando da Unidade Regional de Sanidade Animal de Francisco Beltrão, a engenheira agrônoma Ellis Picinini contou que o posto redobrou a atenção com a mudança. Até o dia 15 deste mês foram 277 ocorrências em Barracão, mas nenhuma relacionada à entrada no Estado de animais fora do padrão.
O posto, afirmou ela, tem quatro agentes se revezando em turnos diferentes 24 horas por dia.
“Estamos vigilantes para que nada de diferente passe para o território paranaense”, ressaltou.
OCORRÊNCIAS – Foram registradas no período apenas duas ocorrências relacionadas à tentativa de entrada no Paraná com animais vacinados contra a febre aftosa.
Ambos os carregamentos vinham de São Paulo e foram barrados pela regional de Siqueira Campos, no Norte Pioneiro.
“Reforçamos as barreiras do Estado e contamos com apoio dos assistentes de fiscalização, fiscais de defesa agropecuária e Polícia Rodoviária Estadual para fortalecer nosso trabalho”, afirmou o diretor-presidente da Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná), Otamir Cesar Martins.
NORMATIVA – O reforço na fiscalização na região obedece à Instrução Normativa 37, da Secretaria de Defesa Agropecuária, órgão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, publicada em 30 de dezembro do ano passado. É mais um passo para a declaração internacional do Paraná como livre da febre aftosa sem vacinação.
Como parte do protocolo, o Estado já foi dispensado da vacinação, que normalmente ocorria em novembro. Também por determinação do Ministério da Agricultura foi proibida a manutenção e uso de vacina em território paranaense.
A Instrução Normativa determina a defesa agropecuária nas suas divisas e na fronteira com a Argentina. A exceção é para a entrada de animais (bois e búfalos) destinados ao abate. Eles, porém, devem estar necessariamente em veículo lacrado e ter como destino abatedouro com inspeção oficial.
Caso se destinem à exportação, os animais deverão ser encaminhados diretamente para estabelecimento de pré-embarque autorizado pelo Serviço Veterinário Oficial. Se o animal é vacinado e tem como destino outra unidade da Federação, ele poderá transitar pelo Paraná desde que sejam obedecidas as rotas previamente estabelecidas.
Pelas regras, ficam autorizados a entrar no Paraná cargas compostas por carne fresca, miúdos in natura, vísceras e produtos cárneos de suínos e ruminantes.
Também há permissão para leite cru destinado ao beneficiamento em estabelecimento com inspeção oficial, couro salgado, couro piquelado ou curtido, cascos, chifres e pelos, além de material genético.
Fonte: DATAGRO