Divulgado na última quinta-feira (04), o Relatório Socioeconômico da Cadeia Produtiva do Leite no Rio Grande do Sul, referente a 2019, pontuou que o número de produtores de leite vinculados à indústria caiu 22% entre 2017 e 2019. A pesquisa, realizada entre maio e junho deste ano, também apontou que a produção, em 2019, ficou em 4,27 bilhões de litros por ano, sendo que desses, 91,86% (3,9 bilhões de litros) são destinados à indústria.
De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Alexandre Guerra, o levantamento serve como base de orientação para que se possam tomar ações públicas e privadas em prol da cadeia.
“De 2017 a 2019, tivemos uma redução de 22% de produtores que entregam o leite para as nossas indústrias. Mas, por outro lado, temos uma produção/dia por propriedade que cresceu de 136,5 litros para 213 litros”, destacou.
Guerra acredita que, para minimizar os impactos negativos da saída de produtores da atividade, é necessário que toda a cadeia una forças.
Segundo Guerra, o cenário do setor leiteiro no Estado é reflexo do que vem ocorrendo no mundo.
“O mercado exige cada vez mais eficiência no que se faz e o Rio Grande do Sul está equipando as propriedades, aumentando a tecnologia do produtor e das indústrias. Essas mudanças servem para melhorar de uma forma contínua a qualidade do leite e a produtividade do setor, e assim continuarmos sendo referência a nível nacional”, disse.
O relatório é dividido em quatro partes: informações gerais sobre a produção de leite no Estado; perfil do produtor de leite vinculado às indústrias; estrutura para processamento da cadeia; e mudanças ocorridas no setor no período de 2015 a 2019. Para o Secretário da Agricultura do RS, Covatti Filho, o governo está centrado em auxiliar o setor lácteo gaúcho, aumentando a produtividade.
“Precisamos dessa cadeia no Estado, principalmente incrementando ela com políticas agrícolas. Para a Secretaria da Agricultura, a receita da cadeia do leite gera R$ 4 bilhões”, afirmou.
Outro ponto que a Emater destacou é a comercialização informal de leite cru, que está presente em 335 municípios gaúchos. Em relação à venda de derivados lácteos de fabricação caseira, o número de cidades cresceu para 394.
Conforme o relatório, esses dados representam “um risco à saúde dos consumidores, em função da falta de controle sanitário sobre tais produtos ofertados à população”.
Segundo o gerente técnico adjunto da Emater, Jaime Ries, será realizada uma segunda parte mais extensa dessa coletânea de dados, que reunirá uma análise das regionais da Emater/RS e dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes).
Fonte: DATAGRO