A equideocultura paranaense já pode comemorar nova conquista. Mais um
laboratório do Estado foi credenciado para a realização de exames e emissão de
laudos de mormo, doença infectocontagiosa que acomete equídeos. O VP
Laboratório, localizado em Curitiba, recebeu o aval do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no dia 19 de novembro.
No ano passado, a FAEP, por meio de ofício encaminhado ao Mapa,
solicitou agilidade no processo de credenciamento de três laboratórios
paranaenses. Um deles foi o Mercolab, de Cascavel, na região Oeste, primeiro
credenciado em maio de 2018. O laboratório Campos Imagem de Diagnóstico
Veterinário, de Londrina, na região Norte, ainda aguarda autorização.
O credenciamento dos laboratórios é importante para o cumprimento da Portaria
22, de 16 de março de 2018, do Mapa, e da Portaria 183, de 25 de junho de 2018,
da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar). Desde o dia 1º de
setembro de 2018, o ingresso de equídeos (cavalos, mulas, jumentos, etc.) no
Paraná só é permitido mediante apresentação de laudo laboratorial negativo para
o mormo.
Um dos grandes benefícios para os criadores de equídeos e demais envolvidos
com a atividade é a redução dos custos e do tempo de retorno dos laudos
laboratoriais. Para o exame ser realizado em laboratório credenciado em outro
Estado, o valor do frete fica em torno de R$ 70 a 100, enquanto o tempo para
entrega dos resultados pode chegar a 15 dias. Com o laboratório credenciado em
Curitiba, esse tempo de espera reduz para 24 horas.
Segundo a médica veterinária e proprietária do VP Laboratório, Vanessa
Benoni, a agilidade dos laudos também é resultado de uma nova tecnologia
implantada para a realização dos exames, que garante mais precisão e
confiabilidade nos resultados. Ainda, o credenciamento de mais laboratórios
paranaenses auxilia no reforço da barreira sanitária do Estado. “Além de
redução de custos e tempo, temos redução de riscos. Não haverá mais a
necessidade de essas amostras biológicas serem transportadas para fora do
Estado para a realização dos exames. É uma conquista do setor privado e de
todas as entidades envolvidas”, destaca Vanessa.
O credenciamento de um laboratório em Curitiba também se consolida como
um passo fundamental para a valorização da cadeia, principalmente em relação ao
esporte e à economia, visto que a capital paranaense está no centro de muitas
atividades da equideocultura. “Temos o Jockey Club do Paraná e a Sociedade Hípica
Paranaense, além de polos de forte comercialização para exportação de animais e
material genético, como Tijucas do Sul e São José dos Pinhais. Esse laboratório
irá facilitar o trânsito para outros municípios próximos, que conseguem enviar
amostras para realizar os exames aqui”, afirma a técnica do Departamento
Técnico Econômico (Detec) do Sistema FAEP/SENAR-PR Nicolle Wilsek.
Mudanças no prazo de
validade de exames de AIE
As novidades para a equideocultura não param por aí. No dia 17 de
outubro, a Adapar publicou Portaria que estabelece novas regras para os exames
de Anemia Infecciosa Equina (AIE), que passa a valer em janeiro de 2020. A Portaria
322 prevê que, para a movimentação de equídeos dentro do Estado, os exames de
AIE passam a contar com um prazo de validade maior, de 60 dias para 180 dias.
A decisão partiu de um estudo epidemiológico sobre a doença realizado
pela Adapar, que identificou baixa prevalência no Paraná. Em contrapartida, a
vigilância da AIE é reforçada pela Portaria, que passa a estabelecer exigência
de laudos negativos do exame para todas as finalidades.
De acordo com o gerente de Saúde Animal da Adapar, Rafael Gonçalves
Dias, a extensão de prazo é benéfica tanto para os produtores, por exigir menos
frequência de realização de exames, quanto para a sanidade animal do Estado,
pois inclui essa obrigatoriedade para situações em que antes não existia. “Identificamos
que a prevalência da AIE é baixa, em cerca de 0,5% dos animais. Mas, ao mesmo
tempo, aumentamos a vigilância da doença. Não importa para o que for, tirou o
animal da propriedade, precisa fazer o exame”, observa.
Ainda, segundo Dias, a Adapar está trabalhando em novos estudos de
mormo ao lado de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, o que irá possibilitar
novas ações para desburocratizar os processos e modernizar a cadeia de equinos
no Estado.
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Fonte: Sistema FAEP