Um projeto que propõe a implantação de
confinamento de ovinos de corte em uma propriedade localizada em Fernandes
Pinheiro, na regional de Guarapuava, foi o vencedor do Programa Empreendedor
Rural (PER) 2019. A responsável pelo estudo é Thais Fernanda Gavlak, prestes a
se formar em medicina veterinária e que sonha empreender na propriedade da
família. Os autores dos projetos que ficaram em segundo e terceiro lugares são Ana
Carolina Araújo Abreu e Elouise Cristine Rodrigues, da regional de Guarapuava,
e Mara e Marcelo Coletta, da regional Faxinal, respectivamente. Como prêmio,
todos os ganhadores ganharam uma viagem técnica internacional, que será
realizada em 2020, para aprofundar o conhecimento.
A revelação dos vencedores ocorreu
durante o Encontro Estadual de Empreendedores e Líderes Rurais, que ocorre
nesta sexta-feira (22), no Expotrade, em Pinhais, região metropolitana de
Curitiba. O evento reuniu mais de 5 mil produtores rurais, de todas as regiões
do Paraná. Tanto o PER quanto o Encontro são promovidos por meio de uma
parceria entre do Sistema FAEP/SENAR-PR, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas (Sebrae-PR) e Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores
Familiares do Estado do Paraná (Fetaep).
No total, o PER 2019 contou com 53
trabalhos considerados aptos a disputar o prêmio. Os projetos foram analisados e
julgados por uma banca examinadora, que selecionou dez finalistas de diversas
áreas do agronegócio, o que evidencia a pluralidade do Paraná no que diz
respeito à produção rural e ao empreendedorismo do homem do campo.
Reconhecimento
Com o título “Migração da avicultura para confinamento de ovinos de corte”, o projeto vencedor se centrou nas atividades desenvolvidas em uma propriedade de 318 hectares, que pertence à família da ganhadora, Thais Fernanda Gavlak. A aluna do PER propôs um estudo sobre a viabilidade de substituir a produção de frangos pela criação de ovinos, utilizando a estrutura que já existe na propriedade. A intenção dela é montar um confinamento com capacidade para 2,5 mil cabeças, aliando a nova atividade com a rotação de culturas, como milho e azevém, para alimentar os animais.
“Valeu muito a pena fazer o projeto, pois aprendi muito com ele. Ao longo do desenvolvimento do trabalho eu tive um crescimento muito grande”, destacou Thais, que constatou que o projeto é viável.
O segundo lugar ficou com o projeto
“Implantação de agroindústria e biodigestor na Fazenda Vassoural”, desenvolvido
por Ana Carolina Araújo Abreu e Elouise Cristine Rodrigues, da regional de
Guarapuava. A intenção das alunas era otimizar a produção leiteira da
propriedade – que tem 80 vacas em lactação e que produz cerca de 2 mil litros
por dia –, empregando a matéria-prima na produção de queijo. O projeto tem como
meta a implantação de uma queijaria que, até o final de 2020, tenha produção de
100 quilos de queijo por dia. Paralelamente, elas pretendem instalar um biodigestor,
que aproveitaria os dejetos das vacas.
“Temos 80 animais em lactação e o uso do dejeto irá mover a propriedade, além de uma queijaria artesanal”, disse Ana Carolina. “É muito importante ter jovens envolvidos com o empreendedorismo rural”, complementou Eloise.
Um projeto da regional de Faxinal
ficou com a terceira colocação. De autoria de Laíz Mara Vassoler Coletta e
Marcelo Coletta, o trabalho “Implantação de um confinamento na Fazenda São
Pedro” prevê a ampliação de investimentos na pecuária de corte na propriedade
da família, aproveitando um cenário favorável, que inclui as perspectivas de o
Paraná ser reconhecido como área livre de febre aftosa sem vacinação. Nessa
esteira, os alunos pretendem apostar no confinamento de animais e na
diversificação de atividades, como forma de conseguir melhores resultados.
“Fizemos o projeto com a intenção de melhorar a propriedade, e acabamos premiados. Isso é muito bom. Estamos muito felizes com o reconhecimento”, comemorou Mara.
PER
Fruto de uma parceria entre o Sistema
FAEP, Sebrae-PR e Fetaep, o Programa Empreendedor Rural tem como objetivo estimular
o empreendedorismo rural em todo o Estado. Desde sua primeira edição, em 2003,
o PER proporciona aos produtores paranaenses uma imersão no universo do
empreendedorismo. Por meio de um curso, os participantes aprendem a colocar seu
negócio – ou seu projeto de negócio – na ponta do lápis, atentando para
aspectos de mercado e gestão, para que a propriedade rural seja encarada como
uma empresa.
Desta forma, os produtores
participantes identificam possíveis riscos, vislumbram oportunidades
inexploradas e se propõem a construir um retrato real das suas atividades. Essa
vivência permite uma nova visão do próprio negócio rural. Ao longo de seus 17
anos, o PER já formou mais de 31 mil produtores.
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Fonte: Sistema FAEP