Os preços do café no mercado interno podem apresentar uma alta mais significativa somente em 2021. É o que acredita o vice-presidente de relações institucionais da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), Natal Martins. Ele esteve presente no 27º Encontro Nacional da Indústria do Café (Encafé).
Em 2020, Natal Martins não acredita em altas representativas nas cotações porque a oferta ainda será muito alta, já que se espera uma grande safra no próximo ano no Brasil. Mas, com o amplo volume de exportações do Brasil e o consumo também forte e crescente, ele pondera que em algum momento haverá uma escassez da matéria-prima.
“Só não sabemos precisar bem em qual momento”, colocou.
Porém, ele crê em altas ao produtor em 2021 com uma safra menor que o país colherá dentro do ciclo bienal da cultura.
Sobre a situação atual das indústrias, Martins lembrou que o setor passou por uma grave crise iniciada em 2015 e que teve o ápice em 2016, chegando até a 2017. As indústrias se depararam com uma escassez de oferta e altos preços do café, com dificuldade em repassar esses aumentos no varejo. As margens despencaram. Houve uma quebra na safra de conilon do Espírito Santo e as indústrias tiveram de, em muitos casos, alterar seus blends utilizando arábicas de menor qualidade. Com as dificuldades financeiras, muitas indústrias foram absorvidas por outras empresas, e algumas ainda não se recuperaram totalmente até hoje.
Ele considera que 2019 está sendo um ano bom e acredita em um 2020 também bom para as indústrias. Observa ainda que a queda nos juros no Brasil deve ajudar o setor industrial de café, podendo melhorar o capital de giro das empresas. “A tributação também melhorou”, conclui.
Fonte: Canal Rural