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CRIAÇÃO DE ABELHAS SEM FERRÃO GANHA ESPAÇO

O 1º Encontro de Meliponicultores da região de Presidente Prudente, realizado em 19 de outubro, na Unoeste, organizado pelo Grupo de Pesquisa com Abelhas da universidade (Unobee) em parceria com a Fundação Educacional de Andradina (FEA), teve a participação do pesquisador da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) Cristiano Menezes, que buscou estimular os criadores brasileiros a se profissionalizarem de maneira sustentável dos pontos de vista ambiental, social e econômico para que essa atividade se fortaleça.

“Precisamos mostrar os avanços da meliponicultura e a relevância de se preparar para atender esse mercado que possui várias vertentes. Existem pessoas que compram colônias para a criação como estimação, um segmento extremamente forte e rentável. O próprio mel com sabores e aromas peculiares agrega muito valor, por exemplo, o mel da mandaçaia é um dos melhores que a gente tem no Brasil e é produzido na região de Prudente. Existe também a venda ou aluguel das abelhas para os agricultores que as colocam nas plantações para a polinização, explicou o pesquisador”.

Cristiano destacou também outro segmento relativamente novo que é o da educação ambiental.

“Como essas abelhas não picam, as pessoas podem usar como mecanismo didático nas escolas, para mostrar a importância do meio ambiente, do uso sustentável da terra e, principalmente, do benefício que a agricultura e a humanidade têm pela presença de um ecossistema bem preservado”.

Para ele, é importante incentivar os produtores a se capacitarem, pois a meliponicultura é uma atividade ambientalmente interessante e pode ser transformado em renda”.

“Existem várias cidades no país com meliponicultores produzindo em grande escala. Em Mossoró (RN), temos o Paulo Menezes com a criação da abelha jandaíra. Ele organizou essa cadeia de forma profissional, possui em torno de 600 colmeias e produz mel comercialmente. Já na região da Barra do Corda (MA), o Wilson Mello é um produtor de destaque da abelha tubi com 900 colmeias e na Baixada Maranhense tem a tiúba do maranhão com muitos meliponicultores organizados, disse o pesquisador”.

Assim, é importante a criação de insetos adaptados ao próprio ambiente. “A gente vê muitas abelhas trazidas de outros locais. Por mais que tenha uma espécie presente em vários lugares, ela tem subpopulações com diferenças genéticas e fisiológicas que vão ser mais produtivas às regiões em que estão adaptadas. Por exemplo, a jataí está em quase todo o Brasil, mas se comparamos a espécie do Amazonas com a do Rio Grande do Sul, percebemos que são distintas”.

Segundo ele, o estado de São Paulo tem menos tradição de grandes meliponicultores.

“Existem pequenos produtores que não visam a produção de mel e, sim, estão focados na venda das colmeias. Nesse contexto, eles não conseguem ampliar o plantel, pois estão sempre vendendo a maior parte das suas colônias. Isso precisa mudar, o meliponicultor precisa estabelecer um plantel de produção e vender as filhas da colmeia”.

Para Cristiano foi importante conhecer as características da meliponicultura da região, até para poder contribuir melhor com as diferenças regionais.



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