Em Mato Grosso, produtores de soja intensificaram os trabalhos de plantio, inclusive durante a noite. O ritmo da semeadura desta temporada 2019/2020 no estado já supera a média das últimas cinco safras. A correria é para tentar garantir uma boa janela para o plantio da segunda safra, já que houve atraso no plantio da soja por falta de chuvas.
Até o dia 18 de outubro o estado semeou 41,8% da área de 9,7 milhões de hectares, bem acima dos 29,5% da média dos últimos cinco anos.
Na fazenda do sojicultor Dirceu Ogliari, em Lucas do Rio Verde, nos últimos dias o dia termina, mas o trabalho no campo não. Por lá, as plantadeiras avançam noite adentro para semear a soja e tentar recuperar o tempo perdido, já que o plantio no município começou 15 dias mais tarde que o previsto.
“Levantamos as 4 da manhã e vai até vai até onze horas da noite. Dependendo apenas da chuva. Se precipitar a gente para, senão continuamos, tem que aproveitar o tempo, porque o tempo é dinheiro, é ouro”, conta.
Com o turno extra, o cultivo dos 6,2 mil hectares deve terminar até o fim de outubro. E assim, garantir a janela ideal para a segunda safra de milho.
“A noite não tem muita visibilidade, mesmo tendo o visor do monitor de sementes. Não é igual trabalhar de dia, mas tem que fazer, nos sacrificamos um pouco, porque depois não dá para fazer safrinha”, conta Ogliari.
Em Sorriso, na fazenda de Fábio Petri Valdameri, o trabalho de semeadura está praticamente concluído. Falta apenas um último talhão. Mas por lá, o tempo ajudou nas últimas semanas e o solo reserva uma boa umidade.
“Tem tido umas chuvinhas boas, com até 30 milímetros. Então conforme vai vindo a umidade a gente vai plantando, para não correr o risco. Até tive conversando com alguns vizinhos que só receberam os primeiros cinco milímetros, na segunda feira e, outros com 20 milímetros acumulado. Nós, graças a Deus, estamos com até 180 mm acumulados e até o final de semana encerramos as atividades de plantio de soja”, diz o produtor.
A fazenda de Valdameri difere de outras propriedades no município, porque as chuvas foram mal distribuídas e o plantio segue atrasado em relação à safra passada. A janela da 2ª safra ainda está ameaçada.
“Causa preocupação. Porque esse atraso de até 18% reflete na safrinha, que a gente vai atrasar. Então vamos ter cautela. Estamos pedindo aos nossos associados para terem cautela no plantio, semear com umidade adequada, para não ter problema de replantio, porque ai sim a safrinha ficará praticamente inviável”, afirma o presidente do sindicato rural de Sorriso, Tiago Stefanello.
Fonte: Canal Rural