Os seis projetos vencedores na categoria Experiências Pedagógicas do
Concurso Agrinho 2019 foram revelados durante a festa de premiação, no dia 21 de outubro, no Expotrade Pinhais, Região
Metropolitana de Curitiba (RMC). Desenvolvidos ao longo do ano, os trabalhos impactaram
não apenas os alunos, mas as famílias, a comunidade e até mesmo o município em
que vivem. Entre os anunciados, estão quatro projetos da rede pública, um da
rede particular e um do Agrinho Solos. Cada professora autora do projeto levou
um carro zero quilometro como prêmio.
O projeto vencedor da rede pública veio do município de Moreira
Sales, região Central do Paraná. Desenvolvido pela docente Sheila Rodrigues
Berti Rosa na Escola Municipal Professora Leonilda O. Prado,
o projeto “Informação e comunicação: Agrinho em ação” promoveu o resgate da
evolução dos meios de comunicação que fazem a conexão entre campo e cidade, por
meio da imersão na realidade de cada veículo. A partir de visitas às emissoras
de rádio, de televisão e jornais, foram criados a “Rádio Agrinho” e o “Jornal
Agrinho” na escola, com conteúdos produzidos exclusivamente pelos alunos.
“É uma alegria muito grande. Isso é
graças ao trabalho sério que fazemos com a educação e é pelas crianças que
estamos aqui. O reconhecimento dessa experiência pedagógica fortalece o
trabalho que fazemos todos os dias em sala de aula”.
O segundo lugar da rede pública também
foi para a região Central do Estado, em Rancho Alegre d’Oeste, com o projeto da
professora Eliane dos Santos Macedo de Oliveira, do Colégio Estadual Rancho Alegre.
Intitulado “Molduras coloridas – memórias das pessoas daqui”, este trabalho teve
o objetivo de resgatar a história do município e dos moradores, promovendo a importância
da experiência das pessoas na construção da memória local. Desta forma, os
alunos embarcaram em uma jornada histórica para conhecer o passado e entender melhor
sua identidade e cultura.
“É uma emoção indescritível. Com essa
vitória, quero levar esperança ao nosso município, que é tão pequeno, e
inspirar as crianças”.
A medalha de bronze ficou com o
projeto “Sustentabilidade que faz a diferença”, da docente Janaine Gonçalves de
Oliveira, da Escola Municipal Sant’Ana, em Paulo Frontin, no Sudeste. O ponto
de partida para esta experiência pedagógica foi uma brincadeira de um aluno
que, ao se deparar com um computador com defeito, falou para a professora
jogá-lo no mato. A partir daí, foi realizado um trabalho de conscientização
sobre o descarte correto de aparelhos e equipamentos eletrônicos. Os resultados
apareceram por meio das mudanças de atitude na escola e na comunidade, além da
incorporação de hábitos de consumo mais sustentáveis.
“Eu fui aluna do Agrinho e já participei do concurso, isso sempre marcou a minha vida. Hoje estar aqui como professora é algo maravilhoso. Só tenho a agradecer aos meus alunos, à escola, aos pais e a todos que ajudaram o projeto acontecer. É uma motivação para fazer a diferença na vida das pessoas”.
O quarto e último lugar da rede
pública foi para a professora Ivelize Helena Schuetzler Simão, da Escola
Municipal Rui Valdir P. Kern, em Quatro Barras, na Região Metropolitana de
Curitiba (RMC). O projeto “Barragem: uma ligação entre o campo e a cidade” surgiu
a partir da preocupação dos alunos que, ao verem o caso do rompimento da
barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, questionaram se isso poderia acontecer
no Paraná. Outro destaque foi a promoção da empatia e da inclusão. Em uma das
atividades práticas, uma aula de campo nas barragens Piraquara I e II, a turma
se mobilizou para que o colega com problemas de locomoção pudesse ter
acessibilidade durante a visita.
“Estou sem palavras. O trabalho só
pode ser desenvolvido se todos estiverem juntos, porque juntos somos mais
fortes. Quero agradecer ao SENAR-PR por proporcionar essa aprendizagem que não
é só dentro da sala de aula, mas que atinge muita gente fora dela”.
Na rede particular, a medalha de ouro ficou
com a professora Ayzita Sbardella Milioli, do Colégio Franciscano Nossa Sra. de
Fátima, em São Miguel do Iguaçu, no Oeste. O projeto “Uma jornada para uma vida
saudável e sustentável” foi pautado por uma visão holística, conscientizando os
alunos sobre o papel fundamental de cada indivíduo e seus impactos no mundo. As
atividades realizadas abordaram questões como hábitos de consumo e redução da
produção de lixo, além da confecção de ecobags com tecidos feitos da reciclagem
de garrafas PET.
“Estou muito realizada. Só tenho a
agradecer a todo mundo pelo trabalho desenvolvido e pelas minhas crianças que
puderam aprender muito. Nós vamos, sim, ter um mundo melhor”.
Já na categoria Agrinho Solos, o
projeto vencedor veio de Castro, nos Campos Gerais, e foi desenvolvido pela
professora Gislaine Ferraz e Silva na Escola Municipal Jardim Bela Vista. Sob o
título “Reciclando atitudes para salvar nosso solo”, a docente mobilizou a
turma para conscientização da população devido ao grande acúmulo de lixo no
bairro da escola. Além da implantação de uma horta escolar para recuperação do
solo, os alunos conheceram a trajetória do lixo no município e passaram a
promover a separação correta dos materiais destinados à coleta seletiva. O
resgate da autoestima e a valorização dos catadores de recicláveis também foram
destaque neste trabalho, que receberam uma homenagem dos alunos.
“É muita felicidade ser reconhecida dessa
forma pois é um trabalho que fez uma transformação na comunidade. Eu nunca vi outro
programa fazer uma coisa dessas, é inacreditável. Meu objetivo agora é
continuar fazendo a diferença na vida dos meus alunos”.
Na edição deste ano,
a banca do Agrinho avaliou 650 trabalhos inscritos na categoria Experiência
Pedagógica. Para a etapa final do concurso, foram selecionados 30 trabalhos – 20
da rede pública, cinco da rede particular e cinco na categoria Agrinho Solos.
Como prêmio, cada um dos seis professores responsáveis pelos projetos
vencedores ganham um carro zero quilômetro.
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Fonte: Sistema FAEP