Os prêmios pagos pela soja brasileira foram pressionados nos últimos dias, principalmente nas referências para o produto da safra velha diante de uma demanda um pouco mais presente da China no mercado norte-americano.
Valores que atuavam acima de US$ 1,00 sobre as cotações praticadas na Bolsa de Chicago hoje valem, na oferta do comprador, entre 65 e 70 centavos de dólar. Os vendedores, porém, pedem de 95 centavos acima, como explica Vlamir Brandalizze.
Segundo o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, o mercado, porém, não tem espaço para uma queda ainda mais acentuada destes prêmios. Afinal, o volume de soja disponível se ajusta mais a cada dia e a demanda pelo produto nacional segue aquecida, mesmo com essas compras pontuais – e por cotas – da nação asiática no mercaco norte-americano.
“Saem negócios todos os dias neste momento e as cotações base porto seguem acima dos R$ 80,00 por saca, mesmo os prêmios tendo dado uma acalmada”, diz Brandalizze.
Ao lado de uma demanda forte para a exportação, a demanda interna também se mostra muito aquecida neste mometno. Como explicou o consultor, os compradores voltaram a se reposicionar para atender os mercados de farelo e óleo, onde o consumo também é consistente e forte agora.
E assim, regionalmente, os negócios para as indústrias locais já acontecem com valores entre R$ 1,00 e R$ 1,50 por saca acima do que se liquidaria a soja no porto para exportação.
“Um bom exemplo é Rondonópolis, em Mato Grosso. Por lá, os preços rodam perto de R$ 78,00 por saca, enquanto na exportação liquidariam entre R$ 75,00 e R$ 76,00″, explica o analista.
SAFRA NOVA
Para a safra nova, ainda segundo Vlamir Brandalizze, os prêmios são bons e estão acima da média histórica diante das perspectivas de o Brasil colher uma safra recorde de 125 milhões de toneladas, ou algo próximo disso. São valores atuando no intervalo de 35 a 50 centavos de dólar acima dos valores do bushel na Bolsa de Chicago.
“As cotações para a safra nova estão boas e os produtores estão aproveitando. São preços entre R$ 88,00 e R$ 90,00 por saca, dependendo dos meses de entrega e pagamento. E é importante que o produtor vá mesmo aproveitando esses bons momentos e evitando uma maior concentração de vendas mais adiante, quando poderia pressionar, aí sim, os prêmios e, consequentemente, os prêmios”, orienta o consultor.
E completa dizendo que, em anos anteriores, nesse momento da safra, o mercado brasileiro chegou a ter prêmios negativos para a soja.
Fonte: Notícias Agrícolas