Com um clima que se mantém quente o ano inteiro, disponibilidade de água, mão de obra abundante e proximidade dos mercados, o Vale do São Francisco é um importante produtor de frutas e hortaliças. No entanto, este ambiente também favorece o desenvolvimento de pragas nas lavouras como a mosca–da–fruta, inseto que tem causado prejuízos na agricultura, com ataque a algumas culturas no período de safra.
Serão investidos R$ 128 milhões até 2018 para erradicar a praga. Segundo o presidente da Comissão Nacional Fruticultura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Tom Prado, o polo de produção do Vale do São Francisco é o maior exportador de frutas do Brasil, principalmente nas culturas de manga e uva. Tom observa que nos últimos anos o aumento da população da mosca do gênero Ceratitis capitata tem prejudicado os fruticultores, pois ocorrem muitas perdas em razão da diminuição da qualidade e produtividade. “Esta situação também afeta a competitividade no mercado externo”, complementa. Para ele, o Plano é um marco para o setor de fruticultura e para a CNA, uma vez que a entidade trabalha desde 2011 junto ao MAPA buscando uma solução de combate a praga.
Mais de dois mil fruticultores de culturas como manga, uva, goiaba e acerola dos perímetros irrigados na sub-região que mais se desenvolve, compreendida pelas cidades de Juazeiro (Bahia) e Petrolina (Pernambuco), vão contar com mais uma arma de combate à praga do gênero Capitata, que corresponde a 99% das moscas da região. Foi lançado, nesta quarta-feira (09/09), em Petrolina (PE), o Plano Nacional de Combate à Mosca-das-Frutas, uma iniciativa do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), em parceria com a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas). O evento teve a presença do presidente da CNA, João Martins, e da ministra da Agricultura, Kátia Abreu.
Serão investidos R$ 128 milhões, até 2018, para erradicar a praga, uma das mais relevantes da fruticultura brasileira, que causa prejuízo de cerca de US$ 120 milhões ao ano, entre perdas de produção, custos de controle, processamento e comercialização. O investimento direto do ministério será de R$ 10 milhões ao ano para implementação de sistemas de mitigação de risco, certificação e programas de erradicação, além de R$ 6 milhões anuais para o subprograma de erradicação da mosca-da-carambola. O ministério ainda repassará, por meio de convênio com estados, mais de R$ 20 milhões entre 2015 e 2016. Já a iniciativa privada vai cooperar com R$6 milhões por ano, por meio da Abrafrutas.
Moscamed
Depois do lançamento do Plano, todos os participantes fizeram uma visita técnica na Moscamed Brasil – Organização Social (OS), sediada na cidade de Juazeiro, na região Norte da Bahia, que visa à produção de insetos empregados no manejo integrado de moscas-das-frutas, no monitoramento de espécies de interesse econômico, como a espécie de moscas-das-frutas, Ceratitis capitata, que é responsável pelos maiores danos causados à fruticultura mundial, e na capacitação, treinamento e disseminação de informação técnico-científica.
Fonte: Assessoria de Comunicação CNA