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BIOCOMBUSTÍVEL DO SORGO

Uma pesquisa científica, intitulada “Identificação de QTLs associados ao teor de umidade e à cor de nervura em linhagens endogâmicas recombinantes (RILs) de sorgo”, conquistou o primeiro lugar no Prêmio Jovem Melhorista “Antônio Secundino de São José”, na categoria Graduação, promovido pelo 8º Congresso Brasileiro de Melhoramento de Plantas.

O trabalho foi desenvolvido pela biotecnologista Dalila Dominique Duarte Rocha, estagiária na área de melhoramento genético de plantas da Embrapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas-MG. O objetivo da pesquisa, coorientada pelo pesquisador Robert Eugene Schaffert (Embrapa Milho e Sorgo), foi investigar a existência de genes ou QTLs (locos de características quantitativas) que possam estar associados ao teor de umidade e cor de nervura na planta do sorgo, para utilização em programas de melhoramento genético. De 398 trabalhos inscritos nesta categoria, cinco foram selecionados para apresentação oral.

De acordo Schaffert, o QTL é um ponto provável da localização genética de uma determinada característica. Em literatura, já é comprovada a existência do gene “d”, responsável pelo controle de umidade.

- Este trabalho teve o objetivo de investigar a existência de outros QTLs, associados à característica de umidade, a fim de propor estratégias de melhoramento para produção de biocombustíveis – disse.

O Sorghum bicolor (L.) Moench é uma espécie de grande importância agronômica, que tem se destacado como matéria-prima para a produção de biocombustíveis. Dalila Rocha explica que, em programas de melhoramento, características como a porcentagem de matéria seca e do teor de umidade da biomassa devem ser consideradas para o desenvolvimento de cultivares de sorgo com maior potencial energético.

- Tratando-se do sorgo sacarino, os genótipos devem apresentar maior teor de água no colmo e maior extração de caldo com açúcares fermentescíveis. Já o sorgo biomassa é utilizado para a cogeração de energia, ou seja, para queima em caldeiras -afirma.

Dalila Rocha acrescenta que os genótipos promissores para a produção de biomassa são os que apresentam menor teor de umidade.

- Isto ajuda na redução de custos de transporte, uma vez que cultivares com menor teor de água (inferior a 50%) e maior quantidade de matéria seca proporcionam maior rendimento calorífico, além de reduzir o custo com o combustível necessário para transportar estes materiais – diz.

A biotecnóloga ressalta que por meio de análises estatísticas foi constatado que a cor de nervura da folha é um marcador morfológico para a porcentagem de matéria seca.

- A característica fenotípica cor de nervura branca codifica uma planta que possui alto teor de matéria seca e pouca umidade, por isso é mais eficiente quando utilizada para queima. Ao passo que as folhas com a cor de nervura turva (ou escura) demonstram que tal cultivar tem muita umidade e pouca matéria seca, o que favorece a produção de etanol, por necessitar de muito caldo no colmo – afirmou.

- Nesta pesquisa foram mapeados dois QTLs em um cromossomo do sorgo. O que sugere efeito pleiotrópico deste gene, ou seja, o mesmo gene controla as duas características: teor de umidade e cor de nervura – conclui Dalila Rocha.

Fonte : Embrapa Milho e Sorgo



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