A tosquia e a vacinação dos rebanhos contra a clostridioses são procedimentos que os produtores da região Centro-Oeste devem adotar nos meses de agosto e setembro para evitar perdas econômicas.
De acordo com o pesquisador da Embrapa, Fernando Reis, a tosquia dos animais, independente da raça, favorece o desempenho reprodutivo e o ganho de peso, além de ser recomendada por fatores de ordem fisiológica. Ele explica que não há restrições para a realização da tosquia em outras épocas do ano, mas o período que vai da segunda quinzena de agosto até o início de setembro, entre o inverno e a primavera, é indicado para esse manejo porque se caracteriza pela diminuição do frio e ausência de chuvas, que poderiam debilitar os animais com a retirada da lã. O processo de tosquia pode ser realizado com máquinas tosquiadeiras elétricas ou com tesouras apropriadas, também conhecidas como martelos.
As clostridioses, junto com a raiva e a intoxicação por plantas, são uma das principais causas de mortalidade nos rebanhos de bovinos, ovinos e caprinos e causam perdas econômicas importantes para o produtor. Essas doenças são causadas por bactérias que habitam o intestino dos animais e também estão presentes do solo, na água e nas instalações. Quando elas se multiplicam de forma exagerada ou se algum ferimento for contaminado com seus esporos, as clostridioses são desencadeadas.
O pesquisador afirma que a proteção dos rebanhos é feita por meio de vacinação porque o tratamento com antibióticos não é efetivo.
“Essas doenças matam os animais rapidamente”.
A vacina, que pode ser aplicada por manejadores treinados, é polivalente, ou seja, protege contra vários tipos de bactérias e confere alto grau de imunidade.
“Mas sua eficiência não é de 100% e podem ocorrer casos de clostridiose no rebanho de forma esporádica, afetando um ou outro animal”, explica Reis.
Existem várias opções de vacinas no mercado e o custo médio é de 20 centavos de real por animal. Todo o rebanho deve ser vacinado conforme orientações abaixo:
- Em animais não vacinados: aplicar duas doses de vacina com um intervalo de quatro a seis semanas entre as vacinações.
- Em filhos de mães não vacinadas: a primeira dose deve ser efetuada a partir da 3ª semana de idade.
- Em filhos de mães que já foram vacinadas: a vacina deve ser aplicada a partir da 9ª semana de idade
- Animais já vacinados: revaciná-los a cada ano.
- Em fêmeas gestantes: fazer a revacinação anual de 4 a 6 semanas antes do parto.
O produtor deve sempre consultar um médico-veterinário para orientar a aquisição de vacinas de laboratórios idôneos e de maior eficácia.
Fonte: Embrapa