Por Antonio C. Senkoviski
Uma série de encontros com os instrutores do SENAR-PR fomenta um novo fôlego para os cursos oferecidos pela instituição. Os responsáveis por ministrar as formações foram convocados para participar, em Curitiba, de uma rodada de atualizações e alinhamentos institucionais no Encontro de Instrutores SENAR-PR 2019. O objetivo dos eventos, realizados em quatro etapas (29 e 31 de julho e 5 e 7 de agosto), com cerca de 90 participantes cada um, é promover uma reflexão conjunta para aumentar ainda mais a qualidade das formações oferecidas pelo SENAR-PR. No total, as atividades atingem mais de 350 instrutores, das mais diversas áreas.
Na abertura, o presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR, Ágide Meneguette, salientou que considera os instrutores como parte de um exército, cuja missão em sua linha de frente é levar conhecimento aos trabalhadores e produtores rurais das mais diversas cadeias e regiões do Paraná. “Vocês fazem parte da família. Este encontro acontece em um momento muito oportuno, quando a agropecuária paranaense vai precisar dar um novo salto. Depois de 20 anos de negociações, os países do Mercosul chegaram a um acordo comercial com a União Europeia”, compartilhou.
Meneguette reforçou que o agronegócio do Paraná, gerador da maior parte das riquezas dos municípios no Estado, precisa de força na sua representatividade rural. “Vocês, instrutores, são um instrumento poderoso para essa tarefa, uma vez que mantêm contato direto com trabalhadores e produtores rurais. Por essa razão, além de uma instrutoria de qualidade, estamos convocando vocês para uma missão: difundir a necessidade desta representatividade, abrindo os seus cursos com a mensagem do Sistema e se apresentando como os nossos legítimos representantes”, pediu.
O gerente do Departamento Técnico (Detec) do SENAR-PR, Arthur Piazza Bergamini, descreveu aos participantes como a instituição atua e os principais norteadores. “Temos que mirar o futuro e a cada dia dar um passo se preparando para essa nova realidade em constante construção. Precisamos considerar o foco do cliente, se colocar como quem precisa dos nossos cursos. Estamos caminhando nessa direção, afinal não queremos ser uma fábrica de certificados, mas termos cursos de excelência, para agregar valor ao trabalho do profissional que está gerando riquezas e puxando a economia do Estado”, apontou.
Refletir a prática
A consultora pedagógica do Sistema FAEP/SENAR-PR Patrícia Lupion Torres relembrou aos instrutores as discussões que vêm sendo feitas dentro da instituição para se chegar às metodologias mais adequadas a atender as demandas atuais do campo. “Quando começamos as formações do SENAR-PR [no início dos anos 1990], nosso objetivo inicial era melhorar o cenário da qualificação, porque precisávamos dar um mínimo de formação para quem não tinha praticamente nenhuma. Hoje, o mundo e o agronegócio paranaense mudaram. Nossa visão é bem diferente, não é mais aquele paradigma tecnicista. Nós temos que qualificar com alto nível excelência. Temos que ir além do aprender, trabalhar com a prática e com a reflexão sobre essa prática”, priorizou.
E para esse processo ter sucesso, segundo Patrícia, é preciso uma contribuição dos instrutores no processo de construção e atualização constante das metodologias. “Queremos que os instrutores trabalhem de forma mais ativa, onde o aluno esteja mais envolvido, discuta mais, reflita sobre o que está fazendo, e não simplesmente trabalhe de uma maneira mecânica”, apontou.
Ajuda para vencer desafios
Para a maioria dos instrutores, o encontro promovido pelo Sistema FAEP/ SENAR-PR permite realinhar os objetivos dos treinamentos. “Uma dificuldade no campo é tentar alinhar as nossas metodologias e práticas de ensino à prática que o produtor realmente tem. Esse encontro despertou um estreitamento com a área pedagógica, para que os instrutores possam ir a campo e unificar as práticas, garantindo que haja uma linearidade nesse sentido”, apontou o instrutor Car los Rafael Mesquista de Vasconcelos, da região dos Campos Gerais.
Tania Ratz, instrutora na região de Campo Mourão, acrescenta que o alinhamento proporcionado pelo encontro é uma chance de perceber se as metodologias desenvolvidas no campo estão de acordo com a do SENAR-PR. “Principalmente em relação as novas gerações, com esse novo contexto globalizado de tecnologias, precisamos estar alinhados no campo. A gente percebe que não basta somente mostrar como faz, é preciso explicar o porquê”, pontua.
Instrutores com mais de 18 anos de casa foram homenageados
Durante o Encontro de Instrutores SENAR-PR 2019, o Sistema FAEP/SENAR-PR prestou homenagem aos seus instrutores com mais de 18 anos de casa. Ao término da programação de palestras, a diretoria da entidade fez a entrega de botons personalizados para coroar a dedicação e o trabalho de formação de tantas gerações de produtores e trabalhadores rurais.
Confira a lista de instrutores homenageados: Adelar Cagnini, Aeslandio Antonio Figueira, Alcione José Ristof, Arfélio Cagnini, Cassia Helena Borghi de Barros, Celeste de Oliveira de Mello, Claudete Teresinha Kunz Labonde, Claudio José Zunta, Claudio Rodrigues da Costa, Dácio Antonio Benassi, Domingos Carlos Basso, Edson Zucchi, Elizangela Cristina Caparroz, Célio Marques Gomes, Emerson Ferraza, Enio Renato Karkow, Euler Marcio Ayres Guerios, Francisco de Paula Medeiros, Geni Rossato Bach, Jair Telles de Proença, Joelma Kapp, Jorge Luis Dias Alves, José Alfredo Baptista dos Santos, José Vescovi e Juçana Angela Farina. Confira as fotos de todos os homenageados no site www.sistemafaep.org.br, no Flickr.
Programação contou com palestras e reflexões
A programação do Encontro de Instrutores SENAR-PR 2019 contou com uma palestra do consultor do Sebrae-PR Celso Garcia sobre a importância da metodologia de ensino. O especialista fez um relato de como a educação do Brasil precisa melhorar, tendo em vista ainda o desafio de atender aos perfis de comportamento das novas gerações. “Esse é o desafio. É para essas pessoas que temos que nos preparar, pois os objetivos de educação mudaram. As pessoas precisam usar o que foi visto em sala, e que não simplesmente saibam falar sobre isso”, defendeu.
Outra palestra foi ministrada pela psicóloga Laísa Prust, que tratou do tema “Comunicação não violenta”. A corrente, fundada pelo norte-americano Marshall Rosenberg, defende a utilização de técnicas de intervenção a ação norteados pela empatia na expressão de observações, sen timentos e necessidades. “Os julgamentos são úteis para determinados aspectos da vida, como para saber se determinada situação oferece perigo à integridade. Mas julgamentos são inúteis para nossa comunicação em diversos aspectos. Na comunicação não violenta, somos estimulados a exercitar o encontro de uma realidade compartilhada”, refletiu.
A especialista em inovação Ilana Stivelberg também falou aos presentes. Sua apresentação abordou a criatividade aplicada à solução de problemas. Ilana elencou uma série de dicas para que as pessoas mudem a maneira de pensar, até colocar as ideias em prática. “Seja curioso e busque referências, mude seu olhar para observar e tentar entender como as coisas funcionam, anote as coisas, fale com estranhos, use o bom humor, tire um tempo para relaxar, apaixone-se pelas coisas e pelas pessoas, vai lá e faz, não aceite a solução mais óbvia”, elencou Ilana. “Nada vem do nada, tudo é uma combinação”, alertou.
Quem é quem?
Na parte da tarde, os instrutores foram divididos em três grupos, cada um com 30 pessoas. Em espaços diferentes, colaboradores do Sistema FAEP/SENAR-PR forneceram detalhes de processos realizados por cada departamento. Os instrutores então puderam, ao fim de cada apresentação, fazer perguntas, sugerir mudanças e solicitações em relação às demandas do campo.
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Fonte: Sistema FAEP