Parece absurdo. Mas há, exatamente, quatro anos (na virada do primeiro para o segundo semestre de 2015, com extensão aos primeiros meses de 2016), o frango inteiro exportado pelo Brasil alcançou um preço médio superior ao dos cortes de frango – item que, sabe-se, agrega valor comparativamente à ave inteira.
Aparentemente, o fato nunca foi explicado, mas é o que consta dos dados oficiais. Que, por sinal, poderiam conter algum equívoco não fosse o fato de a valorização maior do frango inteiro ter prevalecido por 10 meses consecutivos. E seria ocorrência inédita não fosse a repetição do “fenômeno” no segundo semestre de 2016. Desta vez, porém em somente duas ocasiões.
A lógica voltou a reinar ainda em 2016. Em parte, porque os cortes passaram a registrar valorização de preço. Mas, muito mais, porque o frango inteiro passou a sofrer um processo de desvalorização mais intenso.
Independentemente dos comportamentos atípicos, na média dos últimos 120 meses (julho de 2009 a junho de 2019) os cortes de frango alcançaram valor 15% superior ao do frango inteiro. Mas ultimamente esse índice aumentou – exatamente porque os cortes seguem em franca valorização, enquanto o frango inteiro enfrenta novo período de retrocesso.
Em maio passado, por exemplo, o preço alcançado pelos cortes de frango ficou 34% acima do preço do frango inteiro. É uma das maiores diferenças entre os dois itens. O que – esclareça-se – ainda não corresponde a um dos melhores preços alcançados pelos cortes.
O recorde, neste caso, data de setembro de 2011, mês em que a tonelada de cortes de frango exportada foi negociada pela média de US$2.293,00. Ou seja: o bom preço registrado em maio passado ainda ficou 20% aquém do registrado há quase oito anos.
Fonte: Avisite