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SUPERSAFRA DE GRÃOS NO BRASIL

A Companhia Nacional de Abastecimento está prevendo um novo recorde histórico na safra de grãos que o Brasil está colhendo agora.

No campo, julho não é mês de férias. As máquinas que fazem a colheita trabalham até 13 horas por dia. “Perder tempo significa perder dinheiro, né”, diz o produtor rural Rodrigo Thomé.

O produtor investiu em tecnologia e ainda teve uma forcinha do clima. Foram as chuvas que deixaram as espigas bonitas e mais pesadas. Isso significa maior produtividade. Um fenômeno que se espalhou pelos milharais e está resultando na maior safra da história. Só a produção de milho deve crescer mais de 34%.

A produção de grãos no Brasil deve passar de 240 milhões de toneladas, 13 milhões a mais que na última safra. Tem muito produto no mercado, mas isso não derrubou os preços.

“Teve um problema nos Estados Unidos muito grave. Plantio lá péssimo e a lavoura dos Estados Unidos se desenvolvendo muito lentamente. Então o que a gente tem? Preços remuneradores e altíssima produtividade. Isso é uma coisa raríssima no agro”, explica o consultor de mercado de grãos Enio Fernandes.

Mas está faltando lugar para guardar tanto grão. O Brasil tem armazéns para estocar cerca de 170 milhões de toneladas. Para conseguir armazenar a produção desta safra, ainda faltam 70 milhões.

“Nós estamos recebendo milho, mas não na velocidade que nós poderíamos receber, devido aos armazéns estarem com soja para ser industrializada até no final do ano”, conta Antonio Chavaglia, presidente de cooperativa de produtores.

Além da falta de armazenamento, outro antigo problema fica mais evidente na hora de escoar esta safra recorde: as más condições das estradas.

“Estamos tentando melhorar. O governo está preocupado com isso, com essa questão de armazenagem, entendendo que ainda precisamos trabalhar nisso. Mas isso, junto com a infraestrutura, com a questão de rodovias e ferrovias, nós estaríamos dando um ganho muito maior para o setor agro brasileiro”, disse Silvio Farnese, secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura.

Mesmo com a falta de infraestrutura, a supersafra pode ajudar a melhorar o desempenho do Produto Interno Bruto – o conjunto de todos os bens e serviços produzidos pelo país num determinado período -, como já aconteceu em 2017.

“Ajuda demais o PIB, porque nós vamos ter grandes exportações. Melhorando o PIB, melhora a economia”, destaca Luiz Carlos do Nascimento, superintendente da Conab-GO.

O produtor rural Max Eugenio Arantes sabe que está terminando de colher uma safra histórica:

“Não vai resolver todos os nossos problemas, não vai. Mas já vai ajudar grande parte. Eu, o comerciante, o caminhoneiro, todos vão se beneficiar do sistema”.

Fonte: G1



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