As baixas temperaturas dos últimos dias, que causaram perdas para produtores de milho, soja, entre outros, surgem como uma boa notícia para os produtores de maçã de Santa Catarina. As macieiras precisam do frio para se desenvolver e gerar bons frutos, justamente por isso são plantadas nas regiões mais geladas do estado. Os fruticultores esperam ainda que o frio permaneça nos meses de julho e agosto, trazendo uma boa safra no início do próximo ano.
“Esse frio não é apenas esperado, mas também é desejado pelos produtores. As temperaturas estavam altas para essa época do ano, o que causava preocupação. O frio é essencial para produção de maçãs, para que as plantas entrem em dormência e possam trazer uma ótima floração e uma fruta de melhor qualidade”, destaca o diretor executivo da Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM), Moisés Lopes de Albuquerque.
Durante o inverno, as macieiras entram no período de dormência, quando economizam energia e carboidratos para brotar na próxima safra. A pesquisadora da Estação Experimental da Epagri de São Joaquim, Mariuccia De Martin, explica que cada variedade de maçã precisa de um determinado tempo em temperaturas abaixo de 7,2°C. A maçã Fuji, por exemplo, necessita de 700 horas de frio intenso para ter um bom desempenho.
A frente fria que chegou a Santa Catarina na última semana traz um alívio para os produtores de maçã, que já estavam preocupados com as temperaturas a cima da média. “A média histórica dos meses de maio e junho na região de São Joaquim é de 300 horas com temperaturas menores do que 7,2°C, este ano os pomares tiveram menos de 100 horas de frio. As macieiras são originárias de locais frios, elas precisam se preparar para brotar na próxima safra”, destaca Mariuccia.
Fruticultura em Santa Catarina
Santa Catarina é o maior produtor de maçã do Brasil e responde por 51% da produção nacional da fruta. Na safra 2018/19 foram 577,7 mil toneladas colhidas no estado, sendo que 80% foi produzida em São Joaquim.
Com 2,5 mil produtores de maçã, Santa Catarina produz as variedades Fuji e Gala e o setor gerou um Valor Bruto de Produção Agropecuária (VBP) de R$ 536,7 milhões no último ano.
Fonte: Uagro