O dólar recuava ante o real nesta segunda-feira, com alívio vindo do exterior após China e Estados Unidos concordarem em retomar as negociações comerciais, e na expectativa pela apresentação do relatório final da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara.
Na sexta-feira, o dólar subiu 0,21%, a 3,841 reais na venda, mas acumulou em junho a maior queda para o mês em três anos.
Neste pregão, o dólar futuro cedia por volta de 0,8%.
No sábado, os EUA e a China concordaram em voltar às negociações comerciais, com o governo norte-americano suspendendo novas tarifas sobre exportações chinesas, em um sinal de pausa nas hostilidades comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
Ao falar sobre a Huawei, um dos pontos espinhosos da negociação entre os dois países, o presidente norte-americano, Donald Trump, disse ainda que companhias norte-americanas receberiam permissão para vender componentes à maior fabricante de peças de telecomunicações do mundo, quando não houvesse problemas de segurança nacional.
O anúncio trouxe alívio aos mercados globais nesta segunda-feira, encorajando investidores a deixarem de lado a cautela que vinham adotando na expectativa do encontro entre os presidentes dos dois países, ocorrido paralelamente à cúpula do G20 no Japão, e alimentando apetite por risco.
“Apesar de um cessar-fogo ter sido antecipado pelos mercados na semana passada, o avanço é bem recebido e traz alivio às tensões globais, o que deve dar sustentação aos mercados globais(com foco em emergentes como o Brasil) no curto prazo”, avaliaram economistas da XP Investimentos, em nota.
No panorama doméstico, investidores olham para uma semana considerada crucial para a reforma da Previdência, na expectativa que o relator do texto na comissão especial, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), apresente o relatório final no início desta semana.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que terça-feira é o prazo final para reincluir ou não Estados e municípios. Na terça, Maia participa de uma reunião com os governadores e Moreira, para definir o apoio ou não à reforma.
Agentes financeiros monitoram se parlamentares conseguirão votar o texto no plenário da Câmara antes do recesso.
Investidores ainda trazem no radar o acordo do Mercosul com a União Europeia, anunciado na sexta-feira. “Ainda temos que monitorar desdobramentos, mas a sinalização é positiva”, afirmou a economista da CM Capital Markets, Camila Abdelmalack.
O BC realiza neste pregão leilão de 6,175 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de agosto.
Fonte: Reuters