Durante evento voltado ao setor de biocombustíveis, realizado nesta quinta (18) em São Paulo, (SP), especialistas apontaram que os países asiáticos serão a próxima fronteira para as vendas externas de etanol. Para o membro do Conselho Nacional de Política Energética e presidente da DATAGRO, Plinio Nastari, a China deve elevar o consumo de etanol nos próximos anos, uma vez que o consumo de gasolina no país cresce a um ritmo de 6% ao ano.
“O país produz pouco etanol e deverá necessitar importar mais para balancear a composição nas bombas de combustível nos postos”, afirmou.
Ele também lembrou que o Brasil não precisa se limitar a exportar fontes de energia sustentável, mas também transferir a tecnologia dos carros flex e do modelo de programas que incentivam o uso de biocombustíveis.
O secretário de petróleo, gás natural e combustíveis renováveis do Ministério de Minas e Energia, Márcio Felix Carvalho Bezer, também participou do evento. Os países asiáticos, em sua visão, poderão adotar uma nova perspectiva para o ciclo de cana de açúcar e do milho, o que poderá beneficiar o Brasil e outros países exportadores de biocombustíveis.
Durante o painel sobre as oportunidades internacionais para o etanol brasileiro, Marcos Jank, CEO da Aliança Agro Brasil e professor do Insper, destacou o potencial de consumo países como a China, Índia e Filipinas. Na Índia, há uma tendência natural em direcionar o excedente da cana de açúcar para a produção de etanol, de acordo com Jank. Este ano, o país deve estabelecer uma meta de presença de 7,2% de etanol na gasolina e de 10% em 2020.
Segundo Jank, a China tem um potencial de consumo de 19 bilhões de litros por ano de etanol. Ele também frisou o papel preponderante do Brasil na liderança no discurso sobre a importância dos biocombustíveis para a segurança energética e a proteção do meio ambiente nos países asiáticos.
Fonte: Globo Rural