O tom verde mais claro, quase amarelado, deixa a paisagem ainda mais bonita em Tapiraí (SP). Essa coloração anuncia que está na hora da colheita do gengibre.
O trabalho, que começa com a foice, segue no ritmo da enxada. O gengibre fica exposto, mas são as mãos que delicadamente tiram cada placa da terra
Os 3 hectares de gengibre de Francisco Aparecido Fernandes produziram nesta safra 30% a mais do que no ano passado. Os rizomas estão mais robustos e com cor forte, sinônimo de qualidade e de boas vendas.
Francisco diz que o investimento em adubação é um dos motivos dessa melhora. Ele conta que já chegou a colher placas de até 2 quilos. E quando a aparência melhora, reflete no preço. O agricultor Fernando Vitor Fernandes fala que o gengibre mais bonito é vendido até 15% mais caro.
Em média, o gengibre leva de 7 a 9 meses pra chegar ao ponto ideal. Até o fim da safra, a família de Francisco deve colher cerca de 10 mil caixas. A maior parte da produção é para o mercado interno. Cerca de 20% vão para outros países, como a Argentina, por exemplo.
A muda ou raiz mãe do gengibre é usada uma única vez. Ela até poderia ser replantada, mas não produziria um rizoma com a qualidade necessária. É por isso que os produtores separam parte da produção para tirar novas mudas, que vão ser cultivadas a partir de setembro.
No sítio de Salu Tavares não se via gengibre tão bonito e grande há mais ou menos duas safras. Segundo ele, isso deve influenciar na qualidade do rizoma que será colhido no ano que vem. O agricultor cultiva gengibre por volta de 15 anos e espera colher mais de 8 mil caixas.
O agricultor João Vitor Tavares explica que o clima também ajudou. Além disso, o ataque de pragas foi menor. Este ano, apenas 10% da produção foi afetada pelo fusarium, um fungo que deixa a raiz escurecida.
Fonte: G1