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Estria bacteriana do milho já está presente na região Oeste do Paraná

Os produtores de milho, principalmente aqueles localizados na região Oeste do Estado, têm um novo inimigo à vista. A estria bacteriana do milho, doença causada pela bactéria Xanthomonas vasicola pv. vasculorum, foi identificada oficialmente pela primeira vez no Paraná em 2018. Porém, relatos de produtores e técnicos indicam a presença desde 2017.

Esse ano, a doença já ocorreu na primeira e na segunda safras do grão. De acordo com o pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) Rui Pereira Leite, produtores e técnicos da região Oeste do Paraná relataram que a bactéria está mais severa e ocorrendo em maiores áreas. “Como é uma doença recente, não temos muitas informações. Mas alguns estudos apontam que pode reduzir até 50% a produção em alguns híbridos de milho”, aponta.

A transmissão da bactéria ocorre de diversas formas. “Quando infecta a planta, a bactéria causa lesões nas folhas, e quando ocorre a exsudação vem para fora da planta. Desta forma, as partículas podem ser carregadas pelo vento, ou, quando chove, as gotículas de água carregam a bactéria para outras partes da planta e para outras plantas”, explica o pesquisador do Iapar.

O agente da doença foi registrado pela primeira vez na África do Sul em 1949, mas, recentemente, houve manifestações da enfermidade em lavouras dos Estados Unidos e da vizinha Argentina. “Ainda não se sabe, com certeza, de onde veio a doença que está ocorrendo no Paraná. Mas em 2017 a bactéria foi registrada em várias províncias da Argentina, e em 2016 constatada nos Estados Unidos, onde foi relatado que houve danos severos no Meio-Oeste americano, principalmente em áreas com milho irrigado”, observa Leite.

Segundo o pesquisador, em áreas onde o problema já ocorreu, a bactéria pode sobreviver em restos de plantas. “Então, onde se faz milho após milho numa área que já teve a doença, existe um grande risco de as plantas serem infectadas logo que comecem a crescer”, observa.

Os sintomas da doença incluem formação de pequenas pontuações (entre dois e três milímetros) nas folhas, que posteriormente evoluem para lesões alongadas e estreitas, circundadas por uma mancha amarelada. Ainda, as bordas das lesões são onduladas, o que diferencia esta doença de sintomas semelhantes causados pela cercospiriose, uma doença fúngica.

Prevenção

De acordo com o pesquisador do Iapar, diversos cuidados devem ser adotados para manter a estria bacteriana do milho o mais longe possível. A utilização de sementes de boa qualidade e procedência comprovada é a primeira, uma vez que existem indícios de que a doença pode ser transmitida pelas sementes. A utilização de híbridos mais resistentes também é recomendada. Leite também ressalta incorporar os restos de cultura ao solo e fazer a rotação de cultura.

“Mas não com plantas que sejam suscetíveis [à doença]. Estamos fazendo estudos para verificar se plantas forrageiras podem ser hospedeiras. Já sabemos que pode ocorrer em aveia e arroz, mas não em leguminosas, como a soja, por exemplo”, explica.

Para mais informações, o Iapar disponibiliza em seu site (www.iapar.br) o Informe da Pesquisa nº 160, datado de outubro de 2018, voltado à estria bacteriana do milho.

Leia mais notícias sobre o agronegócio no Boletim Informativo.

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Fonte: Sistema FAEP



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