Com objetivo de dar maior visibilidade para as mulheres que atuam no campo, a Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), lançam, nesta terça (16) a campanha #MulheresRurais, Mulheres com Direitos.
Essa é a quarta edição da campanha, que neste ano tem como tema “Pensar em igualdade, construir com inteligência e inovar para mudar” e quer ressaltar a importância de valorizar os direitos das mulheres rurais em todos os níveis, desde as garantias individuais até coletivas, e promover condições para o cumprimento das metas de igualdade de gênero e fim da pobreza rural estabelecidas no âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
A mobilização ocorrerá até o mês de dezembro com atividades que priorizam o papel das mulheres rurais, indígenas e afrodescendentes na produção sustentável de alimentos saudáveis e nutritivos, principalmente no contexto de crescimento dos níveis de insegurança alimentar na região da América Latina e Caribe.
A campanha também visa estimular a adoção de medidas que facilitem o acesso delas a recursos e sistemas produtivos de inovação, de forma a aumentar a representação das mulheres no campo da ciência e do uso de novas tecnologias.
A campanha #Mulheres Rurais começou em 2015 no Brasil como uma iniciativa para dar visibilidade ao trabalho da mulher rural. O lema da primeira campanha foi “Sou trabalhadora rural, não sou ajudante”. A partir de 2016, a campanha se estendeu para a América Latina e o Caribe e incluiu o tema dos direitos relacionados à igualdade de gênero, principalmente o combate à violência.
“Percebemos que a campanha teve uma aceitação tão grande e começamos a trabalhar com os direitos das mulheres: direito à educação, direito à saúde, direito a uma vida digna, à alimentação e direito ao lazer, ao descanso. Isso nos deixava muito impactada, porque muitas mulheres nos perguntavam: “mas, isso é um direito? ”, relata Geise.
O desconhecimento das mulheres rurais acerca dos próprios direitos incentivou a campanha a ampliar o tempo de mobilização de 16 dias para 9 meses e de adaptação dos temas à realidade das mulheres dos países alcançados. Segundo Geise, a campanha tem ampliado sua capilaridade por diferentes territórios e gerado resultados expressivos, principalmente para empoderamento e autonomia das mulheres.
“Estamos ampliando os trabalhos, incorporando mais o público alvo, de mulheres rurais, com públicos mais diferenciados, como mulheres indígenas, mulheres quilombolas, que tem especificidades. Sabemos que a agricultura familiar é muito diversificada e as mulheres tem suas diferenças que precisam ser reconhecidas”, comenta Geise.
A campanha deste ano foi organizada pela FAO em parceria com a ONU Mulheres, a Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Comissão sobre Agricultura Familiar do Mercosul (Reaf) e a Direção Geral do Desenvolvimento Rural do Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca do Uruguai.
Fonte: Uagro