Testes realizados em lavoura de soja de Pejuçara, no Noroeste gaúcho, indicam a eficácia de estratégias recomendadas pela Emater/RS-Ascar para descompactar e fertilizar o solo.
Com o objetivo de reduzir o problema da compactação do solo e da ausência de nutrientes nas camadas mais profundas do solo, técnicos da Emater/RS-Ascar fizeram testes na lavoura de soja do agricultor Valdemir Sartori. O resultado mostrou diferenças significativas na produtividade.
“Deu uma diferença bem grande na parte em que foi revolvido o solo, 10% de produtividade a mais”, informou a engenheira agrônoma da Emater/RS-Ascar, Carolina Remus Oberto.
“A gente vinha trabalhando sempre dentro de um sistema normal, sem análise, daí fomos trocando ideias e decidimos trabalhar em cima de análises e o resultado foi muito interessante”, elogiou Sartori.
Testes
Um hectare da lavoura de soja foi dividido em três parcelas iguais.
Na primeira parcela, o calcário e o adubo foram incorporados no solo. A estratégia visava quebrar a resistência oferecida por uma faixa compactada de solo, que impedia a descida de nutrientes, além dos 10 centímetros. Quando não é quebrada, essa barreira dificulta o crescimento das raízes e a infiltração de água. Com a incorporação dos nutrientes a produtividade, nessa parcela, foi de 96,82 sacas de soja por hectare.
Na segunda parcela, o calcário e o adubo foram apenas aplicados e o solo foi escarificado (revolvido). A produtividade foi de 91 sacas por hectare.
Na terceira e última parcela, chamada de “testemunha”, o calcário e o adubo foram aplicados em superfície sem que houvesse outra intervenção no solo. A área apresentou produtividade de 86 sacas por hectare.
“Era bem visível a diferença onde foi feito o trabalho e onde não foi feito”, comparou Sartori. Mesmo visível, a diferença de produtividade deixou o agricultor impressionado. “A gente não esperava esse resultado”, comemorou Sartori.
Ao abrir uma trincheira, ficou evidente que o solo reagiu bem ao efeito da escarificação, não apresentando mais a camada compactada que se verificou no ano anterior.
“Fizemos uma análise estratificada para ver como os nutrientes se comportaram”, explicou Carolina. “Com a escarificação, o fósforo desceu, está num nível ótimo”, completou a engenheira agrônoma. Contudo, pondera Carolina, o resultado satisfatório também é reflexo do manejo. “Foi colocado capim sudão, é necessário colocar bastante palha na superfície do solo”, insistiu a engenheira agrônoma da Emater/RS-Ascar.
A lavoura de teste foi colhida no começo de abril. No local, o agricultor irá semear aveia, para alimentar o plantel de 25 vacas de leite.
A experiência realizada em Pejuçara faz parte de uma série de ações desenvolvidas pela Emater/RS-Ascar no Rio Grande do Sul, no âmbito do Programa Estadual de Conservação de Solos e Água. O Programa é uma política pública permanente, coordenada pelo governo do Estado.
Fonte: Emater